Pesquisa indica relação entre solidão e transtorno neurológico

Com mais de 250 mil brasileiros diagnosticados e cerca de quatro milhões de casos ao redor do mundo, o Parkinson continua sendo um dos grandes mistérios da ciência. Pesquisadores dedicam anos a desvendar suas causas e impactos, em uma busca incessante por respostas. E uma descoberta recente trouxe um novo elemento para essa equação: um […]

Fev 28, 2025 - 23:17
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Pesquisa indica relação entre solidão e transtorno neurológico

Revelação reforça uma tese contundente: a solidão não é apenas um sentimento — é um fator determinante para a saúde – ridofranz/DepositPhotos

Com mais de 250 mil brasileiros diagnosticados e cerca de quatro milhões de casos ao redor do mundo, o Parkinson continua sendo um dos grandes mistérios da ciência. Pesquisadores dedicam anos a desvendar suas causas e impactos, em uma busca incessante por respostas.

E uma descoberta recente trouxe um novo elemento para essa equação: um fator silencioso, inesperado e profundamente humano: a solidão.

Para investigar essa possível conexão, cientistas acompanharam 491.603 indivíduos ao longo de 15 anos. No início do estudo, nenhum deles havia recebido o diagnóstico de Parkinson. Mas, ao final do período, 2.822 pessoas desenvolveram a doença. A grande questão que emergiu foi: existe um denominador comum entre esses pacientes?

Os resultados do estudo publicado pela revista JAMA Neurology foram surpreendentes. Aqueles que relataram sentir-se solitários apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver o transtorno neurológico. E essa relação persistiu mesmo quando fatores como índice de massa corporal, predisposição genética, tabagismo, atividade física, diabetes, hipertensão, AVC, ataque cardíaco e depressão foram levados em consideração.

Mas a solidão não mostrou efeitos imediatos. Nos primeiros cinco anos, ela parecia inofensiva. No entanto, quando a sensação de isolamento persistia por mais de meia década, os números se tornavam alarmantes.