Pesquisa descobre cheiros que podem ajudar a memória de pessoas com depressão

Um estudo recente da Universidade de Pittsburgh, publicado na revista científica JAMA Network Open, revelou que cheiros familiares são mais eficazes do que palavras para ajudar pessoas com depressão a acessar memórias autobiográficas específicas. A descoberta oferece novas perspectivas no tratamento da doença, destacando o poder do olfato como ferramenta terapêutica acessível e natural. Olfato […]

Mai 9, 2025 - 17:48
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Pesquisa descobre cheiros que podem ajudar a memória de pessoas com depressão

Um estudo recente da Universidade de Pittsburgh, publicado na revista científica JAMA Network Open, revelou que cheiros familiares são mais eficazes do que palavras para ajudar pessoas com depressão a acessar memórias autobiográficas específicas. A descoberta oferece novas perspectivas no tratamento da doença, destacando o poder do olfato como ferramenta terapêutica acessível e natural.

Olfato e saúde mental: uma conexão poderosa

Conduzida pela neurocientista Kymberly Young, a pesquisa envolveu o uso de frascos opacos contendo aromas intensos para estimular memórias em pacientes com sintomas depressivos. Entre os 12 cheiros mais eficazes estavam Vick Vaporub, café, extrato de baunilha, sabonete de lavanda, óleo de coco, cominho em pó, cravo, vinho tinto, cera de sapato, ketchup e óleo essencial de laranja.

A comparação entre estímulos olfativos e verbais mostrou que os cheiros evocavam memórias mais vivas, específicas e emocionalmente positivas. Em vez de lembranças genéricas, como “um dia de verão”, os participantes recordavam experiências detalhadas, como “tomar café com um amigo na semana passada”. Isso é particularmente relevante, já que pessoas com depressão costumam ter dificuldade para acessar memórias específicas — uma limitação que pode comprometer habilidades como regulação emocional, tomada de decisões e solução de problemas.

Certos aromas podem ajudar pacientes com depressão a acessar memórias de vida específicas

Por que os aromas são tão eficazes?

A explicação está na anatomia do cérebro. O bulbo olfatório — responsável por processar odores — possui conexão direta com a amígdala, região cerebral envolvida na memória emocional e na regulação do humor. Essa ligação permite que os cheiros acionem lembranças de forma mais direta e emocionalmente carregada do que estímulos visuais ou auditivos.

Segundo Young, “melhorar a recuperação de memórias pode trazer benefícios diretos para aspectos fundamentais da vida de quem enfrenta a depressão”. A pesquisadora planeja novas investigações usando exames de imagem cerebral para observar como os aromas influenciam a atividade da amígdala em indivíduos deprimidos.