Perseverance “esbarra” em mineral que pode dar pistas da vida antiga em Marte

Apesar de confirmar a presença de um mineral que se forma em ambientes úmidos, os cientistas ainda não sabem como ele surgiu em Marte The post Perseverance “esbarra” em mineral que pode dar pistas da vida antiga em Marte appeared first on Giz Brasil.

Mar 7, 2025 - 01:47
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Perseverance “esbarra” em mineral que pode dar pistas da vida antiga em Marte

Uma descoberta acidental do rover Perseverance, da NASA, vem reforçar a teoria de que Marte foi um planeta com condições para formar vida antiga. Veja abaixo!

Roger Wiens, professor de ciências planetárias da Universidade de Purdue, nos EUA, que lidera a equipe responsável pelo instrumento SuperCam do Perseverance, fez o rover da NASA disparar lasers em rochas brancas de Marte.

Em um estudo publicado recentemente, Wiens e outros cientistas revelaram que o Perseverance descobriu, quase que por acaso, indícios de vida antiga em Marte.

De acordo com o estudo, o Perseverance detectou altos níveis de alumínio associados ao mineral caulinita, que se forma somente em condições úmidas e aquecidas. 

Desse modo, a descoberta do Perseverance oferece novos insights que podem mudar a concepção de cientistas planetários sobre o passado de Marte e a possibilidade de vida antiga no planeta.

“Na Terra, esses minerais se formam onde há chuvas intensas e climas quentes, ou em sistemas hidrotermais, como fontes termais”, disse Wiens.

“Os dois ambientes representam condições ideais para formação de vida e esses minerais são os remanescentes de rochas que ficaram sob água durante eras. Com o passar do tempo, a água quente elimina todos os elementos, exceto aqueles realmente insolúveis, deixando para trás o que encontramos em Marte”.

Cientistas ignoraram descoberta do Perseverance

O professor destaca que o Perseverance encontrou algo “fascinante” por ser um sinal de vida antiga “inesperado” devido às condições secas e frias de Marte.

O fascínio de Wiens é compreensível. Especialista em estudos sobre Marte e com um grande histórico de trabalho no Perseverance, o professor liderou a equipe que desenvolveu o SuperCam.

Inicialmente, os cientistas da equipe não deram muita bola para as rochas brancas que o rover encontrou, focando em outras descobertas do Perseverance.

Contudo, com o passar do tempo, a equipe passou a encontrar mais rochas similares em Marte. Wien considera essas rochas como “enigmas” por serem bem diferentes de qualquer outra coisa no planeta.

Diagrama detalha imagens em cores das formações rochosas que os cientistas usaram para investigar a presença do mineral. Imagem: Roger Wien/Divulgação

Com uma equipe da Universidade de Purdue, Wiens desenvolveu um plano para estudar profundamente as rochas, identificando suas respectivas estruturas e composições. Aliás, os cientistas localizaram quatro mil rochas desse tipo por toda a superfície de Marte.

Wiens comenta que o mineral que o Perseverance descobriu em Marte é muito mais rígido que o da Terra, que se forma em ambientes propícios ao surgimento de vida microbiana.

Além disso, as rochas também possuem espinela, provavelmente de alumínio, que se forma em ambientes vulcânicos ou por metamorfismo.

Mas o que o Perseverance descobriu intriga os cientistas em uma espécie de ovo e galinha. Ou seja: a espinela se formou da caulinita ou a caulinita surgiu da espinela?

E a resposta está nas mãos do Perseverance, que explora a borda da cratera Jezero, que pode revelar segredos sobre a possibilidade de vida antiga em Marte.

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