O produtor brasileiro responsável por revelar Larissa, a pessoa por trás de Anitta
“Eu me entreguei completamente para que Anitta existisse”, disse Larissa de Macedo Machado, a artista brasileira considerada um dos maiores fenômenos mundiais das últimas duas décadas. E quem poderia acompanhar Larissa em uma jornada de reconexão pessoal e espiritual? O produtor Felipe Britto. Sócio-fundador da Ginga Pictures e com 20 anos de experiência no mercado audiovisual, o profissional já mantinha uma longa conexão com a cantora — o que facilitou a produção e execução do... O post O produtor brasileiro responsável por revelar Larissa, a pessoa por trás de Anitta apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.


Anitta e Pedro Britto durante as gravações do documentário Larissa: O Outro Lado de Anitta (Créditos: Divulgação)
“Eu me entreguei completamente para que Anitta existisse”, disse Larissa de Macedo Machado, a artista brasileira considerada um dos maiores fenômenos mundiais das últimas duas décadas.
E quem poderia acompanhar Larissa em uma jornada de reconexão pessoal e espiritual? O produtor Felipe Britto.
Sócio-fundador da Ginga Pictures e com 20 anos de experiência no mercado audiovisual, o profissional já mantinha uma longa conexão com a cantora — o que facilitou a produção e execução do documentário Larissa – O Outro Lado de Anitta (2025), lançado neste ano pela Netflix.
Britto está ao lado de cantora colocando em prática suas ideias há quase oito anos. Inclusive, o primeiro MTV Video Music Awards, o VMAs, conquistado por ela, em 2023, na categoria Melhor Vídeo Latino com Funk Rave, foi produzido por sua produtora.
Colocando em prática as ideias de Anitta
O produtor conheceu a artista durante um problema no set de filmagem do clipe Vai Malandra, em 2017, quando foi indicado para ajudá-la. Na época, os dois chegaram a conversar, mas ainda não tinham uma relação próxima.
“Ela nem sabia meu nome direito, me chamava de ‘aquele menino esperto’. Foi assim que começou”, conta. Logo depois, a proximidade profissional foi aumentando, com a cantora contratando seus serviços para a produção de clipes do seu quarto álbum, o Kisses, em 2019.
“Lembro que ela me ligou um dia, sei lá, era uma quarta-feira, e falou: ‘Mano, semana que vem você consegue gravar dois clipes nos Estados Unidos?’ Respondi: ‘Consigo, vamos lá.’ Nem sabia se ia conseguir de verdade, mas fizemos acontecer. Naquela vez, acabamos gravando sete clipes em dez dias.
A relação entre os dois então se intensificou de vez e Britto passou a ser o responsável por colocar em prática todo o conteúdo criativo, audiovisual, publicitário e pessoal da artista — estando presente em momentos marcantes da sua carreira, como suas apresentações no Rock in Rio, no Rio de Janeiro e em Lisboa entre 2018 e 2022, e no Coachella, nos Estados Unidos, em 2022.

Felipe Britto e Anitta durante os ensaios do Coachella (Créditos: Divulgação)
“Ela me envia as ideias e eu entendo quem será a melhor pessoa para executá-las. Por exemplo, se for um clipe em que ela tem um conceito, mas ainda não o desenvolveu completamente, posso trazer alguém como David LaChapelle para realizar”, explica.
“Mas, se for algo que ela já sabe exatamente o que quer, preciso encontrar alguém que saiba executar aquilo com precisão. É essencial entender o universo que ela quer criar para escolher a pessoa certa para isso”, completa.
Larissa – O Outro Lado de Anitta
Não foi a primeira vez que Felipe Britto esteve envolvido em um documentário sobre os bastidores da carreira e vida de Anitta.
Em Anitta: Made in Honório (2020), também disponível na Netflix, ele fez a ponte com a Conspiração Filmes, produtora responsável pelo projeto, que mostrou em seis episódios alguns detalhes da sua vida pessoal. Foi a primeira tentativa de Anitta em compartilhar com o mundo detalhes íntimos da Larissa.
“Ela me ligou porque tinham montado um verdadeiro circo na casa dela. Imagina a ligação. Ela falou: ‘Pô, tem um trilho no meio da minha sala, um caminhão parado do lado de fora, não é isso que eu quero. Eles não vão conseguir nada desse jeito.’ E realmente, não era isso mesmo”, compartilha.
Ao lado de Britto, Anitta tinha a segurança de que ele a ajudaria a retratar sua jornada e a busca por equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Em seu aniversário de 29 anos, em 2022, em Las Vegas, o assunto voltou à tona, mas poucos acreditavam que a ideia daria certo.
“Ela queria ter liberdade criativa, que o conteúdo fosse verdadeiro. Nunca se preocupou com o que íamos mostrar sobre ela. Sempre deu total liberdade para contar a história como nós achássemos melhor — mas queria que fosse honesto. Queria mostrar quem é a Larissa e quem é a Anitta. O quanto a Larissa foi prejudicada por se dedicar tanto à Anitta, e o quanto a Anitta também sofreu quando ela se concentrava só na Larissa. Isso levou tempo pra ela entender”, conta Britto.

Felipe Britto ao lado de Anitta, cena do documentário Larissa – O Outro Lado de Anitta (Créditos: Divulgação)
Foi então que a produtora bancou todo o financiamento do projeto, considerado por muitos uma “loucura”, já que não havia garantia de retorno, revela o produtor.
“Nós começamos a conversar com algumas plataformas, mas era um processo muito demorado, não tinha nenhum sinal verde. E aí o Coachella estava chegando. Pensamos: ‘Cara, não podemos perder isso. É a primeira vez dela, tudo faz parte desse momento’. E ninguém acreditou”, revela.
“Nem o Renan, o irmão dela, acreditava. Tem até um vídeo disso. Ninguém botava fé nesse projeto — só eu acreditei. E nós colocamos todo o nosso dinheiro para fazer o documentário”, complementa.
Antes de ser produzido, o projeto foi oferecido para a Netflix, mas a plataforma de streaming queria “algo mais pop, mais musical”, conta o profissional.
“Eles achavam mais interessante mostrar a estrela de 65 milhões de seguidores do que a Larissa, que tem 130 pessoas no Instagram pessoal. Era mais ‘vendável’. Mas a gente insistiu. Lutamos muito. E, no fim, a Netflix entendeu que valia a pena. E o resultado foi incrível. Estamos muito felizes com o que construímos”, fala.
O olhar de Felipe
Foram mais de 200 diárias, 1.600 horas de material e 23 países. A equipe era pequena e na maioria dos momentos, só Felipe Britto e Pedro Cantelmo, cineasta e ex-namorado de Larissa, estavam com a câmera em mãos.
“Estava 100% do tempo com ela. É claro que o filme foi contado de uma forma estruturada, com enredo, com a visão do Pedro por trás, mas tiveram momentos em que eu mesmo peguei a câmera”, compartilha.
“Um exemplo: no dia em que ela estava indo para o Madame Tussauds, em Londres, a médica ligou para falar do pai dela. Eu estava no carro, sentado no banco da frente, esperando para filmar, e aí ouvi ela dizendo: ‘A doutora está me ligando’. Peguei a câmera, virei e filmei na hora”, continua.
“Claro que o Pedro também estava presente em muitos momentos importantes, mas ao longo desse tempo, em várias situações, éramos só eu e ela. Às vezes num quarto de hotel, em momentos mais íntimos. Nós temos uma proximidade muito grande, sabe? Nos damos muito bem. E esse trabalho começou justamente disso”, completa.
O documentário revela em detalhes os problemas de saúde que Larissa enfrentou, incluindo o diagnóstico da doença de Epstein-Barr antes de sua viagem ao Nepal para visitar o Monte Everest. E o produtor estava ao seu lado.
“Estávamos só nós dois num quarto. Foi um momento de transformação real. Saímos de Los Angeles e voamos até Katmandu, é uma das viagens mais longas, mais de 20 horas. E ficamos esse tempo todo acordados conversando sobre o quanto ela precisava de equilíbrio”, compartilha.

Anitta e Felipe Britto durante viagem ao Nepal (Créditos: Divulgação)
“Teve uma conversa muito marcante entre nós, minutos antes de irmos para Lukla e começar a trilha até o Everest. Ali, ela entendeu que não dava mais para continuar daquele jeito. Ela já reconhecia que precisava de equilíbrio, mas naquele momento sentiu que precisava agir de verdade”, revela.
O produtor ressalta que esse episódio foi uma virada de chave na vida de Anitta. Na época, Larissa seguiu para um retiro espiritual.
“Foi muito intenso, mas eu acreditava nela. Desde o começo, nos primeiros meses que a conheci, dizia: ‘Sua intuição é sua maior força. Se amanhã você disser que vai parar tudo para abrir uma padaria na esquina, vou com você'”, completa.
Questionado sobre qual foi o maior desafio desse projeto, o produtor destaca que o maior obstáculo foi lidar com todo o material gravado nos últimos três anos e condensá-lo em um único produto.
“Sempre digo que poderíamos fazer 20 filmes diferentes com o material que temos. O desafio foi focar em um formato interessante, que as pessoas quisessem assistir, sem ser algo pesado, mas com uma mensagem legal. Acho que conseguimos encontrar esse equilíbrio”, finaliza.
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