McCann Worldgroup enfrenta onda de demissões

Por Ewan Larkin e Brian Bonilla, do Ad Age

Segundo fontes ouvidas pelo Ad Age, 120 funcionários do McCann Worldgroup foram demitidos nos últimos meses(Crédito: Shutterstock)

O McCann Worldgroup vem demitindo, de maneira silenciosa, parte da equipe nos últimos meses, inclusive diversos executivos sêniores. O movimento ocorre em meio ao processo de fusão do Omnicom com o Interpublic Group of Cos. (IPG).

Desde fevereiro, a rede de agências do IPG vem reduzindo a equipe em pequenas ondas, e, segundo uma fonte, 120 pessoas já foram demitidas. Os afetados, ao que tudo indica, eram funcionários em cargos duplicados ou que não geravam receita diretamente, incluindo áreas como a de comunicação corporativa, criação e social. Diversos executivos do alto escalão também decidiram sair da companhia por conta própria.

A McCann não comentou as reduções de empregos, tampouco a situação envolvendo o IPG, mas emitiu o seguinte comunicado: “No início deste ano, o IPG anunciou que está embarcando em um processo de transformação. Em uma coletiva de balanço financeiro, compartilhamos que estamos centralizando funções corporativas e acelerando investimentos em plataformas centrais em capacidades como produção e análise, por meio de consolidações maiores em centros de excelência, ao mesmo tempo que simplificamos a organização. Embora essas ações fortaleçam a entrega de serviços, a composição de nossa força de trabalho e de nossas agências também são impactadas. Nunca é fácil tomar esse tipo de ação, mas a justificativa é a transformação e a reestruturação que anunciamos em fevereiro, e não parte da transação proposta junto ao Omnicom”.

A referência é a uma reestruturação anunciada pelo CEO do IPG, Philippe Krakowsky, em fevereiro, que promete economizar US$ 250 milhões por meio de reestruturações nas agências do grupo este ano.

A fusão pendente deve gerar economias de US$ 750 milhões, o que passa, inevitavelmente, por demissões. Mais de uma vez, o chairman e CEO do Omnicom, John Wren, enfatizou que cargos ligados ao atendimento de clientes e a receita estarão a salvo dos cortes. “Vocês são ouro”, disse o executivo, sobre tais profissionais.

Saídas no alto escalão do McCann Worldgroup

O McCann Worldgroup tem 12 mil funcionários, então os cortes recentes representariam cerca de 1% da força de trabalho total. As agências da rede incluem, além da McCann, a MRM, a Craft e a FutureBrand. A McCann está presente em mais de cem países, inclusive o Brasil, por meio da WMcCann.

Entre os executivos sêniores que estão de saída ou já deixaram a McCann estão Stephanie Nerlich, primeira presidente global do McCann Worldgroup, Pete Johnson e Cinzia Crociani, diretores executivos de criação globais da rede em Nova York.

Também saíram da empresa Scott Berwitz, vice-presidente sênior e diretor global de marketing communications; Shayne Millington, chief creative officer da McCann Nova York; Suresh Raj, chief growth officer da operação nova-iorquina que foi  para a M+C Saatchi.

O McCann Worldgroup vem enfrentando desafios nos últimos anos, como a perda da Verizon, que mudou a conta para a Ogilvy no fim de 2023. A rede também sofreu abalo quando a General Motors moveu boa parte da verba antes concentrada na Commonwealth/McCann e na MRM, o que resultou em demissões nas duas agências.

A rede então alocou funcionários da Commonwealth na McCann Detroit, logo após o fechamento do escritório McCann 215, de São Francisco, cuja maior conta era a do Xbox, que recentemente lançou campanha criada pela Droga5.

Outro cliente da McCann, HomeGoods, está promovendo concorrência. Por outro lado, a companhia conquistou a conta global da Ikea e as verbas de Kinder e Tic Tac nas regiões Ásia-Pacífico, África, Europa e Oriente Médio.

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