O concurso de insultos
O encontro de Riade entre delegações diplomáticas dos Estados Unidos e da Rússia provocou um incêndio nas redes sociais e na Imprensa, com as opiniões quase consensuais de traição à Europa, novo acordo de Munique ou morte da democracia liberal. Não me lembro de ver coisa semelhante, embora ainda me recorde vagamente da hostilidade com que Ronald Reagan foi recebido na Europa da época (em Portugal, o concurso de insultos foi uma festa e dava direito a medalhas). O regresso de relações diplomáticas normais entre as super-potências, após três anos de corte quase total, deveria ter provocado uma sensação de alívio, mas causou um pânico histérico. A hipótese de paz é considerada uma ameaça à nossa segurança, a continuação da guerra vista como virtuosa. Neste mundo ao contrário, as pessoas esquecem que as iniciativas de negociação começam sempre desta forma e que os dois países não estão apenas a discutir a Ucrânia. Acho espantoso que haja dirigentes europeus a tentar "travar" o processo de aproximação entre russos e americanos (a expressão era usada num artigo do Le Figaro sobre Macron) ou até antigos líderes que procuram manhosamente torpedear a iniciativa (refiro-me ao inexcedível Boris Johnson, que recomenda confiscar o dinheiro russo). Tudo isto se baseia no horror patológico ao presidente americano. Não se encontra uma única declaração de responsáveis europeus a referir que Donald Trump está a cumprir as promessas eleitorais que fez. Pelo contrário, assistimos a uma espécie de reality show, para ver qual o líder que consegue dizer as piores coisas sobre Trump. Esta Europa burocrática e dividida está em rota de colisão com a América e a reação desproporcionada só acelera o conflito. Convém lembrar que a UE cortou quase totalmente a relação com a Rússia, onde comprava energia barata e minerais, tendo agora graves limitações na sua indústria. Bruxelas também iniciou um conflito comercial com a China, pelo que os Estados Unidos são o último grande bloco político e económico com quem falta andar à estalada. imagem gerada por IA, microsoft image creator

O encontro de Riade entre delegações diplomáticas dos Estados Unidos e da Rússia provocou um incêndio nas redes sociais e na Imprensa, com as opiniões quase consensuais de traição à Europa, novo acordo de Munique ou morte da democracia liberal. Não me lembro de ver coisa semelhante, embora ainda me recorde vagamente da hostilidade com que Ronald Reagan foi recebido na Europa da época (em Portugal, o concurso de insultos foi uma festa e dava direito a medalhas).
O regresso de relações diplomáticas normais entre as super-potências, após três anos de corte quase total, deveria ter provocado uma sensação de alívio, mas causou um pânico histérico. A hipótese de paz é considerada uma ameaça à nossa segurança, a continuação da guerra vista como virtuosa. Neste mundo ao contrário, as pessoas esquecem que as iniciativas de negociação começam sempre desta forma e que os dois países não estão apenas a discutir a Ucrânia.
Acho espantoso que haja dirigentes europeus a tentar "travar" o processo de aproximação entre russos e americanos (a expressão era usada num artigo do Le Figaro sobre Macron) ou até antigos líderes que procuram manhosamente torpedear a iniciativa (refiro-me ao inexcedível Boris Johnson, que recomenda confiscar o dinheiro russo). Tudo isto se baseia no horror patológico ao presidente americano. Não se encontra uma única declaração de responsáveis europeus a referir que Donald Trump está a cumprir as promessas eleitorais que fez. Pelo contrário, assistimos a uma espécie de reality show, para ver qual o líder que consegue dizer as piores coisas sobre Trump.
Esta Europa burocrática e dividida está em rota de colisão com a América e a reação desproporcionada só acelera o conflito. Convém lembrar que a UE cortou quase totalmente a relação com a Rússia, onde comprava energia barata e minerais, tendo agora graves limitações na sua indústria. Bruxelas também iniciou um conflito comercial com a China, pelo que os Estados Unidos são o último grande bloco político e económico com quem falta andar à estalada.
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