O aumento da presença das mulheres brasileiras no esporte a motor mundial

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Mar 8, 2025 - 14:37
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O aumento da presença das mulheres brasileiras no esporte a motor mundial

Neste sábado (8), é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Nessa data, a catarinense Maria Nienkötter, de apenas 18 anos, estará em contagem regressiva. Pois praticamente três semanas depois, no dia 28, a pilota fará seu primeiro treino oficial para estrear no TCR South America, campeonato continental no qual Maria será representante do Brasil.

A competidora será a terceira representante brasileira confirmada no automobilismo internacional durante a temporada 2025, incluindo Aurélia Nobels e Rafaela Ferreira, ambas escaladas para disputar a Formula 1 Academy, categoria organizada pela FIA com o propósito de revelar talentos femininos.

Um dos principais nomes revelados pela Fórmula 4 Brasil, em 2022, Aurélia Nobels fez história ao vencer a seletiva FIA Girls on Track – Rising Stars, e como prêmio passou a fazer parte do Ferrari Driver Academy, um dos programas de desenvolvimento mais prestigiados do esporte a motor.

Desde o ano passado, a competidora passou a competir na Fórmula 1 Academy, categoria de base exclusiva para mulheres fundada e apoiada pelo Liberty Media, empresa proprietária do Mundial de Fórmula 1.

A partir de 2025, Nobels terá no campeonato uma compatriota: também revelada pela Fórmula 4 Brasil, Rafaela Ferreira, que chega como integrante do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull. A catarinense dá sequência à sua trajetória, depois de construir um cartel de respeito na categoria brasileira: três vitórias, 11 pódios, uma pole-position e duas voltas mais rápidas, sempre representando a equipe TMG Racing.

No Brasil, o cenário para as mulheres no esporte a motor tem se mostrado cada vez mais promissor. Por exemplo, nesse ano, haverão competidoras lutando por vitórias e títulos em quatro dos seis campeonatos organizados pela Vicar: Kaká Magno e Bruna Tomaselli na Stock Light (categoria de acesso à Stock Car); Bia Martins, Maria Luiza Bedin, Renata Camargo e Bruna Dias na Turismo Nacional, e Maria Nienkötter na TCR South America e também na TCR Brasil.

Entre as que estiveram ativas em 2024 e as que já anunciaram seus planos para a atual temporada, há pelo menos 16 pilotas e quatro navegadoras (que disputam campeonatos de rally) que devem competir no país em 2025. Somando com as três pilotas que irão disputar campeonatos internacionais, a atual temporada contará pelo menos 23 brasileiras em categorias de ciclos profissionais do automobilismo.

Vinda de família tradicional nas pistas, Maria Nienkötter chega à competição após ter participado de um processo seletivo inédito promovido pelo próprio TCR South America em conjunto com a equipe Cobra Racing Team e a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).

Maria foi a vencedora do pleito e teve como concorrentes Kaká Magno e Renata Camargo – as duas também estarão nas principais pistas do Brasil ao longo do ano, mas em outras categorias.

A história do automobilismo brasileiro possui exemplos de mulheres que buscaram seu espaço em um esporte tradicionalmente masculino, mas que atualmente se esforça para abrir espaços para novas profissionais dentro e fora das pistas.

Regina Calderoni foi a primeira mulher a correr na Stock Car, na geração dos Opalas, em 1984. Suzane Carvalho foi campeã brasileira e sul-americana de Fórmula 3, na categoria B, em 1992, sendo a primeira mulher a faturar um título na categoria em todo o mundo, fato que foi registrado pelo Guinness Book, o livro dos recordes. Suzane também coleciona conquistas em duas rodas, como o título da Copa Honda CBR 500R, além de dar sequência à sua carreira nas pistas como instrutora de pilotagem.

Cristina Rosito também tem na sua galeria diversas conquistas e já correu com carros, caminhões e motocicletas. Outro nome bem conhecido dos fãs é Débora Rodrigues, que começou a correr de caminhões há quase 30 anos, em 1998, sendo até hoje uma das estrelas da Copa Truck.

No entanto, a brasileira de maior êxito no automobilismo até o momento é Bia Figueiredo. Inspiração para as gerações mais jovens, a paulista alcançou grandes façanhas, como a vitória no oval de Nashville na Indy Lights. Foi também a primeira representante feminina do país a disputar uma das provas mais desafiadoras do mundo: as 500 Milhas de Indianápolis

Bia correu na Fórmula Indy entre 2010 e 2013, competiu nas 24 Horas de Daytona e nas 12 Horas de Sebring, acelerou no TCR South America em 2022 e tem um cartel de 126 largadas na Stock Car. Em 2024, tornou-se campeã da Copa Truck na classe Elite.

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