Novo concreto feito de urina pode revolucionar a construção civil
Pesquisadores alemães criaram um novo concreto vivo altamente resistente usando a ureia presente na urina O post Novo concreto feito de urina pode revolucionar a construção civil apareceu primeiro em Olhar Digital.

A nova aposta para a construção sustentável é… urina! Pesquisadores da Universidade de Estugarda, na Alemanha, criaram um novo tipo de concreto vivo usando bactérias que convertem ureia em cristais de carbonato de cálcio. O projeto, chamado SimBioZe, foi detalhado em um artigo na npj Materials Sustainability.
Entenda:
- Pesquisadores usaram urina para criar um novo concreto vivo;
- A equipe utilizou bactérias para transformar ureia em cristais de carbonato de cálcio;
- Adicionando areia à mistura, criou-se um bioconcreto de alta resistência semelhante ao arenito calcário natural;
- Além disso, o material deixa uma pegada ecológica menor do que o concreto à base de cimento, por exemplo;
- Novos testes vão avaliar a performance do bioconcreto de urina em ambientes externos.

O concreto de urina é resultado de um processo de biomineralização, que consiste em usar organismos vivos para converter substâncias orgânicas em material inorgânico – no caso, transformar a ureia nos cristais de carbonato de cálcio. Adicionando areia à mistura, cria-se um bioconcreto semelhante ao arenito calcário natural, explica a equipe em comunicado.
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Novo bioconcreto tem alta resistência
Tendo em vista que a urina é um resíduo disponível em abundância, mas pouco explorado, a equipe se uniu ao Ministério da Ciência, Pesquisa e Artes de Baden-Württemberg para testar seu potencial na criação de um concreto vivo que, ao mesmo tempo, entrega alta resistência e deixa uma pegada ecológica menor do que o concreto à base de cimento.

Além disso, os pesquisadores descobriram que a ureia industrial é uma opção mais resistente do que outros materiais biomineralizados testados até então, permitindo criar um concreto com resistência à compressão superior a 50 MPa (Megapascal). A equipe aponta que, com uma resistência de 30 a 40 MPa, já é possível erguer edifícios de até três andares.
Concreto de urina vai ser testado no mundo real
No momento, para avaliar a utilização em ambientes externos, a equipe está estudando a performance do novo bioconcreto em condições de congelamento e degelo. Análises futuras também devem apoiar a otimização da atividade bacteriana, da qualidade e do processo de produção do material.
O desempenho do concreto no mundo real deve ser colocado à prova em breve, com uma instalação no Aeroporto de Estugarda que vai processar urina e transformá-la em bioconcreto e fertilizantes.
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