Naufrágio mata ao menos 148 na República Democrática do Congo

Embarcação com cerca de 500 pessoas a bordo pegou fogo e afundou no Rio Congo; centenas continuam desaparecidas

Abr 19, 2025 - 10:34
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Naufrágio mata ao menos 148 na República Democrática do Congo

Um barco com cerca de 500 passageiros pegou fogo e naufragou no Rio Congo, na República Democrática do Congo, matando 148 pessoas. O acidente ocorreu na 3ª feira (16.abr.2025), no noroeste do país. De acordo com a agência Reuters, centenas de pessoas seguem desaparecidas.

O comissário fluvial Compétent Loyoko afirmou à AP (Associated Press) que o incêndio teve início quando uma pessoa cozinhava a bordo da embarcação de madeira. O pânico tomou conta dos passageiros, e muitos, incluindo mulheres e crianças, morreram ao pular na água sem saber nadar.

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O número de mortos entre os cerca de 500 passageiros a bordo foi extremamente alto”, afirmou o senador Jean-Paul Boketsu Bofili na 6ª feira (18.abr). “Neste momento, mais de 150 sobreviventes com queimaduras de 3º grau estão sem assistência humanitária”, declarou.

A embarcação motorizada HB Kongolo havia partido do porto de Matankumu com destino ao território de Bolomba quando o desastre ocorreu próximo à cidade de Mbandaka. Equipes de resgate, com apoio da Cruz Vermelha e autoridades provinciais, continuam as buscas pelos desaparecidos.

Acidentes fatais em embarcações são frequentes no país africano. São geralmente causados por superlotação e viagens noturnas. As autoridades enfrentam dificuldades para impor regulamentações marítimas.

Os rios do Congo são o principal meio de transporte para grande parte dos mais de 100 milhões de habitantes do país, especialmente em regiões remotas com infraestrutura precária. Nos últimos anos, centenas de pessoas morreram em acidentes semelhantes.

Nosso magnífico Rio Congo e os lagos que nosso país possui em abundância se tornaram enormes cemitérios para o povo congolês”, disse o senador Bofili. “Isso é inaceitável”, afirmou.

Este é o acidente fluvial mais grave registrado no país em 2025. Em dezembro de 2023, mais de 40 pessoas morreram quando uma embarcação superlotada naufragou no Lago Kivu, na fronteira com Ruanda.

Em 2019, o presidente Félix Tshisekedi declarou que tornaria obrigatório o uso de coletes salva-vidas em todas as embarcações, mas a medida enfrentou dificuldades de implementação nas vastas áreas fluviais do país.