Senador do Pará diz que Estado está sofrendo com a COP30

Zequinha Marinho critica gastos do governo e questiona se conferência trará retorno ao país após sua realização

Abr 19, 2025 - 10:34
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Senador do Pará diz que Estado está sofrendo com a COP30

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) afirmou em entrevista ao Poder360 que o “Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30”. A capital do Estado, Belém, é a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a ser realizada de 10 a 21 de novembro de 2025.

“O Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30. São empréstimos do BNDES vultosos, preocupa”, declarou o congressista. Para ele, na prática, essas conferências impõem restrições à produção, mas os recursos prometidos aos países em desenvolvimento, como os US$ 100 bilhões por ano acordados, segundo ele, “nunca” aparecem.

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Se a COP30, com todos os defeitos, trouxer dinheiro para ajudar o Brasil a começar a mudar essa matriz produtiva, modernizando, trazendo menos impactos, fazendo muito mais tecnologia, maravilha, mas, vamos aguardar para ver. Vamos ver se dessa vez esse dinheiro aparece”, disse.

O congressista declarou também que a principal preocupação é que, “após 15 ou 20 dias de evento, o que fique seja mais um “elefante branco”. Comparou a conferência sobre o clima a eventos esportivos realizados no Brasil, como a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

“Terminou, vai todo mundo embora [referindo-se a COP 30]. E todo esse investimento que foi feito de repente não tem a utilidade que precisava se dar a eles. Lembra das Olimpíadas? O tanto que o Brasil gastou… Lembra da Copa do Mundo? Tanto que o Brasil gastou. E hoje, o que é que está gerando esse investimento? Praticamente nada. Tá dando despesa. O que tem que fazer manutenção de uma coisa que não traz retorno”.

Assista à entrevista completa (45min2s):

https://www.youtube.com/watch?v=BDPf64cXVdU

A seguir, leia outros temas abordados na entrevista e o que disse Zequinha:

  • anistia aos presos do 8 de Janeiro – afirmou ser uma “questão humanitária” e defendeu que o julgamento dos envolvidos nos ataques de 2023 deveria ter sido realizado na 1ª Instância, não no Supremo Tribunal Federal;
  • candidatura de Bolsonaro“A anistia pode mudar o jogo. Os processos que o condenaram são mais políticos que criminais. Se ele [Jair Bolsonaro] não for candidato, com certeza vai apoiar alguém que represente a direita”;
  • lei da reciprocidade “Se a gente não tiver um mínimo de condições de responder à altura aquilo que nos é imposto, mostrando aqui nossas vantagens comparativas, a gente vai para o fundo do poço imediatamente. Não vamos produzir mais nada”;
  • fusão entre Podemos e PSDB declarou ser favorável, destacando que a união pode fortalecer a nova legenda no Congresso Nacional. 

A estagiária Sabrina Fonseca produziu esta reportagem sob a supervisão da secretária de Redação adjunta Sabrina Freire.