Natura (NTCO3): quem segue otimista e quem deixou de estar após a derrocada da ação?
Após a frustação com os resultados do quarto trimestre, a ação da varejista chegou a cair 30% The post Natura (NTCO3): quem segue otimista e quem deixou de estar após a derrocada da ação? appeared first on InfoMoney.


Após a frustração com os resultados do quarto trimestre de 2024 da Natura & Co (NTCO3), que tinham gerado grandes expectativas no mercado com o avanço da simplificação operacional, a venda de ativos estratégicos como Aesop e The Body Shop e a conclusão do processo de Capítulo 11 da Avon Internacional, os bancos emitiram recomendações divergentes sobre o papel da empresa de varejo, que acumula uma queda de 24,05% no ano.
As ações da varejista chegaram a cair 30% na última sexta-feira, sessão pós 4T, refletindo uma combinação de fatores: “(i) revisão para baixo das estimativas depois da decepção para os números; (ii) uma redução nas expectativas de “desancoragem” e menor margem para dúvida; e (iii) a abordagem de “vender primeiro, perguntar depois”, que parece ser o “novo normal” no atual ambiente de mercado”, explica BBI.
Apesar de considerar a reação exagerada, o BBI disse entender os motivos por trás do recente desempenho negativo, mas que segue com recomendação equivalente à compra para os ativos.
Segundo o BBI, as razões para a queda das ações podem não estar estritamente relacionadas às revisões, mas sim devido às expectativas de “desancoragem” e menos “benefício da dúvida” dos investidores até certo ponto.
O BBI explica que com resultados altamente poluídos por cerca de 7 anos, os investidores ancoraram suas expectativas nas métricas operacionais da unidade de negócios Natura&Co América Latina.
“É verdade que as métricas podem já ter sido frágeis antes dos resultados do 4T24, mas percebê-los em risco (ou seja, perda significativa de lucratividade no 4T24, sendo um passo em falso importante em relação à trajetória dos 9M24) além da falta de visibilidade mais clara sobre os próximos estágios, diminui a confiança e, em última análise, se traduz em um múltiplo menor”, comenta.
Por enquanto, com a impressão de que a quedas das ações foi longe demais e está aparentemente separada da revisão de estimativas para baixo, o BBI optou por manter recomendação de compra até “avaliarmos as informações marginais, não apostando no lado de que a tese pode ser totalmente desconsiderada”.
Embora os números do 4T24 tenham gerado incertezas sobre o futuro da empresa, a XP Investimentos também manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 15 por ação da Natura.
A XP Investimentos ressaltou, em relatório, que continua projetando que a Onda 2 (ajustes comerciais e de portfólio no México/Argentina e logística no Brasil) será responsável por desbloquear a expansão das margens, enquanto a ação continua sendo negociada abaixo de 8 vezes o índice de Preço/Lucro (P/L) para 2026.
Para 2025, a Natura observou que o mercado desacelerou em relação ao quarto trimestre devido ao crescimento limitado do volume, aumentos de preço em um dígito médio e um mix de produtos mais pobre, com a Natura também tendo uma “ressaca” de vendas após o forte quarto trimestre, que parece ter se normalizado em março.
Em relação à rentabilidade, ainda há alavancas para apoiar a expansão de margens, especificamente a Onda 2, preços e economias de custos compartilhados da Avon, que devem mais do que compensar os ventos contrários de margem na Argentina, já que a inflação continua a se normalizar. Além disso, há oportunidades de capital de giro, principalmente estoques, apoiadas por um processo integrado de S&OP.
Por outro lado, o JPMorgan rebaixou a recomendação de NTCO3 de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutro nesta semana, cortando o preço-alvo para dezembro de R$ 21 para R$ 11 após as surpresas negativas dos resultados do 4T24, que significativamente ficaram aquém das expectativas.
Os analistas do banco apontam que um “movimento tão selvagem” visto na sexta com queda de 30% das ações e raramente visto para uma empresa com um balanço patrimonial saudável os leva a reavaliar a sua tese e entender o que foi negligenciado, especialmente devido ao recente aumento do interesse nas ações.
“Reconhecemos que as reviravoltas e integrações são inerentemente não lineares e muitas vezes confusas, levando à volatilidade dos lucros. No entanto, as tendências foram positivas nas principais operações da América Latina, com indicações sugerindo melhorias contínuas”, apontam os analistas do JPMorgan.
Portanto, testemunhar um Ebitda ajustado abaixo de 30% das estimativas devido à margem bruta e despesas é frustrante, avaliam os analistas. Essa frustração é agravada pelo fato de que já estão excluídos eventos pontuais, que parecem cada vez mais recorrentes — encargos semelhantes foram observados no 2023 e 2024, com comentários indicando que eles devem permanecer elevados em 2025 também.
O Goldman Sachs, por sua vez, rebaixou a recomendação para as ações da Natura de compra para neutra, após ter as expectativas frustradas, uma vez que a empresa reportou uma queda de margem maior que o esperado no 4T24, o que reduziu consideravelmente a visibilidade dos lucros e de geração de caixa, além de adiar a possibilidade de alocação de capital.
Segundo o relatório, o principal fator dessa revisão são as margens, pois o banco está considerando (1) uma margem bruta mais baixa devido à maior atividade promocional nas suas marcas na América Latina e à reversão dos ventos favoráveis da reavaliação de estoques na Argentina, (2) maiores gastos com SG&A (vendas, gerais e administrativas) para marketing, tecnologia e P&D (pesquisa e desenvolvimento), (3) ligeiramente maiores despesas de transformação.
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