Montadoras anunciam recall de quase 70 mil veículos na China

A Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China (SAMR) informou que quatro grandes montadoras iniciarão o recall de 69.793 veículos no país devido a potenciais riscos de segurança. As ações ocorrem em meio a uma intensificação da supervisão do setor automobilístico por parte das autoridades chinesas, motivada por um acidente fatal envolvendo um carro […] O post Montadoras anunciam recall de quase 70 mil veículos na China apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mai 10, 2025 - 16:48
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Montadoras anunciam recall de quase 70 mil veículos na China

A Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China (SAMR) informou que quatro grandes montadoras iniciarão o recall de 69.793 veículos no país devido a potenciais riscos de segurança.

As ações ocorrem em meio a uma intensificação da supervisão do setor automobilístico por parte das autoridades chinesas, motivada por um acidente fatal envolvendo um carro elétrico com assistência ao motorista.

A unidade chinesa da BMW será responsável pelo recall de 26.766 veículos produzidos localmente e 80 importados a partir de 25 de junho. Segundo comunicado da SAMR, os modelos apresentam defeito no conector de energia, que pode representar risco de incêndio.

A FAW Toyota, joint venture da Toyota no mercado chinês, iniciará o recolhimento de 10.892 veículos, incluindo 93 importados.

De acordo com a SAMR, a decisão foi tomada após a identificação de parafusos de suspensão soltos, que podem comprometer a estabilidade do veículo durante o deslocamento.

A Mercedes-Benz também começará o recall de 31.874 veículos na mesma data, incluindo quatro unidades importadas. Os defeitos apontados envolvem risco de incêndio e problemas na instalação da tubulação de drenagem de condensado do sistema de ar-condicionado.

Além das três montadoras, a marca britânica Genesis, que atua com veículos importados na China, fará o recolhimento de 181 unidades. O motivo apontado pelas autoridades é um problema no painel do veículo.

O número total de veículos envolvidos nos recalls anunciados nesta sexta-feira é quase dez vezes maior do que o volume registrado no mês anterior, quando 11 marcas automotivas recolheram cerca de 7.200 unidades.

A medida faz parte de um esforço mais amplo do governo chinês para reforçar os padrões de segurança veicular, tema que esteve no centro dos debates durante o Salão Internacional do Automóvel de Xangai, realizado recentemente.

Na quinta-feira, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China (MIIT) divulgou o rascunho de uma norma técnica obrigatória sobre maçanetas de portas de automóveis. A proposta considera preocupações sobre a dificuldade de abertura de portas em caso de emergência, o que poderia dificultar ações de fuga ou resgate.

Outra medida recente adotada pelo governo foi a introdução de exigências adicionais para baterias de veículos elétricos. As novas regras entram em vigor em julho de 2026 e visam aumentar a proteção contra falhas térmicas e incêndios.

As autoridades chinesas também convocaram representantes de 60 montadoras para orientações sobre práticas de marketing e comunicação relacionadas a sistemas de assistência ao motorista. O encontro teve o objetivo de alertar contra a divulgação de informações que possam levar o público a interpretar equivocadamente o nível de autonomia dos sistemas veiculares.

O aumento da fiscalização sobre segurança automotiva ganhou força após um acidente fatal ocorrido em março, envolvendo um veículo da fabricante Xiaomi.

O modelo SU7, equipado com sistema de assistência à condução, trafegava a 116 km/h em uma rodovia da província de Anhui quando colidiu com uma barreira de concreto. A fabricante afirmou que o sistema emitiu um alerta para que o motorista assumisse o controle do veículo apenas dois segundos antes do impacto. Três pessoas morreram no acidente.

A tragédia provocou debate público sobre a confiabilidade de tecnologias de condução assistida e pressionou os órgãos reguladores a revisar os critérios de homologação e segurança.

O caso também intensificou o escrutínio sobre as estratégias de comercialização das montadoras, especialmente em relação à forma como são apresentadas as funcionalidades de direção autônoma.

A Xiaomi, que recentemente ingressou no mercado automotivo com o modelo SU7, confirmou o uso do sistema de assistência no momento do acidente, mas não forneceu informações sobre falhas técnicas. O governo ainda não concluiu a investigação do caso.

A série de medidas regulatórias adotadas nas últimas semanas reflete uma tentativa das autoridades de ampliar o controle sobre a segurança de veículos em circulação, especialmente diante da rápida expansão do setor de veículos elétricos e da adoção de tecnologias de condução automatizada.

Até o momento, as montadoras envolvidas nos recalls não divulgaram comunicados adicionais além das informações registradas na plataforma oficial da SAMR. Os consumidores afetados deverão ser contatados diretamente pelas empresas para a realização dos reparos, conforme os prazos estabelecidos por cada fabricante.

Com informações da SCMP

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