Melly fala sobre turnê na Europa após disco de remixes com novos artistas: “Foi uma descoberta”
A baiana Melly estourou com seu disco de estreia, o “Amaríssima“, de maio do ano passado. Depois de vencer como revelação no Prêmio Multishow de 2023 e ver sua vida artística dar uma guinada inédita, a voz doce se encontrou com o público num disco delicioso que ganhou versão de remixes em 2025 e está ... O post Melly fala sobre turnê na Europa após disco de remixes com novos artistas: “Foi uma descoberta” apareceu primeiro em PAPELPOP.


A baiana Melly estourou com seu disco de estreia, o “Amaríssima“, de maio do ano passado. Depois de vencer como revelação no Prêmio Multishow de 2023 e ver sua vida artística dar uma guinada inédita, a voz doce se encontrou com o público num disco delicioso que ganhou versão de remixes em 2025 e está prestes a estrear na Europa.
Pela primeira vez no Velho Continente, Mel chegará em maio e junho a palcos que nunca pisou — como Portugal, Espanha e Irlanda. Para ela, é o encontro físico da música como carreira com seus sonhos de menina.
“É a realização de um sonho que carreguei no peito por muito tempo. Devolver a minha música para o mundo e novos lugares, encontrar pessoas de diferentes culturas, aprender e sentir essa troca ao vivo. Muito animada para viver cada segundo dessa experiência e dividir tudo o que sou” — Melly
Em bate-papo com o Papelpop, a cantora detalhou o momento como compositora — a qual superdedicada, a experiência de fazer um disco de remixes com novos artistas e mudanças em sua carreira — desde o fim do ano, ela passou a fazer parte do casting da Agência de Música, que cuida de IZA.
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Você acabou de anunciar esses shows pela Europa, né? Mas fez um primeiro show fora do Brasil, nos Estados Unidos, recentemente. Me conta como foi o sentimento.
Te digo que foi extasiante, né? Muito bonito alcançar outros lugares e patamares com o nosso trabalho, principalmente quando a gente faz o que se ama. Como eu já cansei de repetir diversas vezes, eu nunca imaginei que o meu caminho seria esse. Eu sempre soube que a música era a minha razão e a minha paixão, mas isso nunca tinha sido visto enquanto trabalho. E conseguir crescer, evoluir e conhecer tantas pessoas legais através do que eu amo, assim, é gratificante demais.
E seu disco mais recente foi o álbum de remix de “Amaríssima”, seu primeiro disco de estúdio de maio de 2024. Queria o que motivou você a continuar trabalhando nele ao invés de seguir um caminho para o próximo álbum.
Amaríssima foi sobre esse processo de maturação e evolução. Acabou que a gente conseguiu colher muitos bons frutos dessa sementinha que a gente plantou. Ele me levou para diversos lugares, várias janelas e oportunidades. Me levou para um show inteiramente em português em Austin, no Texas, vou para a minha primeira turnê na Europa. Eu queria lançar um deluxe do disco com as canções que não tinham saído ainda por conta do tempo da janela de lançamento, mas isso faria com que eu precisasse me envolver novamente no processo de produção e isso era algo que esse ano eu não estava mais interessada.
E no que você está interessada esse ano?
Tive uma epifania. Eu quero muito voltar a compor mesmo, estudar composição, estudar música, e toda a teoria musical. E me envolver novamente no processo de produção tomaria meu tempo mais do que seria vantajoso. Junto com a minha equipe, a gente percebeu também que eu não preciso estar atrelada em muitos processos. E que a gente poderia continuar a história de “Amaríssima” sem que eu estivesse ditando ou controlando o processo. Então, a gente teve essa ideia de perder o controle de fazer uma versão 2 de todas as músicas e entregar na mão de pessoas que admiro. Todas as participações são de pessoas que gosto muito, que eu escuto e consumo. E todos os produtores são produtores que eu estudo, que eu reverencio, que eu presto atenção no trabalho e no impacto que eles geram na música popular brasileira.
Então, você deu liberdade para quem você convidou e não se meteu na produção?
Não me meti. Eu tentei ao máximo não me meter. Não vou me mentir que mexi numa coisinha ou outra. Dei um pitaquinho, assim, porque sou chata para car4lh0. Mas não me envolvi como costumo me envolver.

(Foto: Divulgação)
E você acha que ele deixou de ser tão pessoal seu por ter tantas esses outros artistas envolvidos?
Tem a minha voz e a minha interpretação ali, mas esse disco foi uma partilha, né? Ele deixou de ser essencialmente meu para ser uma troca. Uma mesma coisa tem várias perspectivas, né? A gente vê um mesmo objeto, mas para você tem outra cor, saturação e interpretação. E quando a gente junta e alinha essas duas visões é muito mais agregador do que a gente enxergar só individualmente. “Amaríssima” deixou de ser meu, somente meu, para ser muito mais.
Tem algum disco de remixes que só mudam os beats, mas as letras seguem as mesmas. O Amaríssima segue um caminho, por exemplo, do BRAT remixes do ano passado, de Charli XCX, que é praticamente outro disco. Era isso que você queria fazer? Ou foi uma ideia realmente que partiu dessa sua nova rota para seguir o caminho como compositora?
Acho que minha decisão de mudar de caminho esse ano foi essencial para o V2 vir do jeito que veio. Se eu estivesse ainda disponível, eu me envolveria ali no processo e iria voltar a produzir o meu remix de uma outra forma. Mas eu sou da crença de que tudo acontece da forma que tem que acontecer. Essa minha epifania fez com que a gente voltasse os olhos para esse outro lugar. E acho que foi uma decisão maravilhosa porque me fez evoluir muito mais também.
Penso também que “Amaríssima” sempre teve esse propósito de olhar para esse meu processo de crescimento, enquanto pessoa mesmo e artista. A segunda versão foi só mais um passo. Foi só mais uma descoberta de que, sim, as coisas podem acontecer sem que eu tente controlar minuciosamente de tudo.
E falando da sua epifania de você voltar a compor estudar composição, como é que está esse momento, se você puder compartilhar com a gente o que você tem feito em relação a isso, se só está no campo dos estudos ainda?
Eu tenho voltado muito a compor muito. Tenho escolhido parceiros também. É novo pra mim compor em conjunto. Então, tem gente que está sendo essencial nesse processo. Não posso falar nomes ainda porque vão ser as pessoas que vão fazer parte do meu próximo disco e dos meus próximos lançamentos, e aí fica para outro papo nosso.
E a temática das composições tem sido amor?
Não tem sido um amor apaixonado por alguém. Não tem sido um amor individual, mas mais um amor empático.

(Foto: Divulgação)
E falando da sua carreira, você fez um movimento no fim do ano passado. Saiu da MAP e foi para a Agência de Música, que cuida de carreiras grandes, como de IZA. Como que foi? Queria te ouvir sobre essa mudança.
Apesar de ser o que eu amo fazer, e eu gosto de deixar as coisas acontecerem naturalmente, a música é uma carreira — agora que eu tenho encarado dessa forma. E enquanto carreira, todo mundo tem os seus momentos de escolha dos caminhos que vão ser seguidos, do que a gente pode fazer, do que a gente não pode fazer, a quem que a gente pode se familiarizar e a quem que a gente deve se afastar.
Acho que essa transição foi mais um lugar de respeito ao meu trabalho e a como que eu queria que evoluísse, a como que a gente via também o que que tinha acontecido, o que que a gente queria que acontecesse. O trabalho com a MAP foi incrível. Gosto de todo mundo que está lá dentro também e foi muito respeitoso o final. A gente entende quando o ciclo tem que acabar e quando tem que começar. É só trabalho, é somente trabalho.
E nesses movimentos tocando nos Estados Unidos, com datas na Europa, agora você é conhecida em lugares, né? Ao andar nas ruas em grandes cidades, as pessoas te reconhecem. Como é para você lidar com fama e com a expectativa das pessoas?
Rapaz, muita terapia, né? Porque eu sempre fui uma pessoa muito fechada e tímida. E agora eu não posso sair pra comprar um pão desarrumada, que encontro com pessoas que acompanham meu trabalho. É diferente você, agora, passar a ser uma coisa pública. Passar a perder um pouquinho dessa individualidade. Eu tenho feito o exercício de dividir o trabalho, enquanto Melly, e eu Mel, enquanto pessoa tranquila. Ainda não me adaptei muito bem, não. Reconheço que a fama é uma consequência de ser renomada no trabalho e atingir outros estágios de carreira. Mas, particularmente, não amo muito a fama, não. Gosto de evoluir ali no meu cantinho. Sou fã da música mesmo. Eu não persigo o sucesso. Eu persigo a felicidade com as coisas que faço mesmo.
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