Marketing sob tensão: a crise tríplice que reconfigura a indústria
Imagine três placas tectônicas se movendo ao mesmo tempo — e bem debaixo dos nossos pés. É isso que está acontecendo com o marketing e a publicidade em 2025. Inteligência Artificial (IA), Tarifas Internacionais e Reorganização Geopolítica formam o que batizei de “Crise Tríplice”: um cenário inédito de pressão simultânea e interconectada, capaz de reconfigurar as fundações do nosso setor. Não estamos falando de tendências paralelas, mas de uma convergência real e urgente. Cada uma... O post Marketing sob tensão: a crise tríplice que reconfigura a indústria apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.

Imagine três placas tectônicas se movendo ao mesmo tempo — e bem debaixo dos nossos pés. É isso que está acontecendo com o marketing e a publicidade em 2025. Inteligência Artificial (IA), Tarifas Internacionais e Reorganização Geopolítica formam o que batizei de “Crise Tríplice”: um cenário inédito de pressão simultânea e interconectada, capaz de reconfigurar as fundações do nosso setor.
Não estamos falando de tendências paralelas, mas de uma convergência real e urgente. Cada uma dessas forças já seria desafiadora por si só. Juntas, criam uma tempestade perfeita — ou, como preferi chamar, um novo ecossistema de disrupção. Foi essa premissa que me levou a organizar e publicar um Guia completo sobre todo esse inédito tsunami: Guia para a Crise Tríplice da Indústria do Marketing e Publicidade (acesse o conteúdo completo ao final do texto).
O objetivo? Oferecer um mapa crítico para navegar esse cenário turvo.
A seguir, compartilho alguns dos achados que você vai encontrar no estudo.
IA: o epicentro da transformação
A IA já deixou de ser promessa futurista para se tornar uma engrenagem central nas operações de marketing. Em 2025, o mercado de IA aplicado ao setor atingiu US$ 47 bilhões — com projeções de dobrar até 2028. 88% dos profissionais já usam IA nas suas rotinas, mas quase metade ainda não sabe extrair valor real dela. Isso expõe o que talvez seja o maior gap da atualidade: alta adoção, baixa maturidade.
Ao mesmo tempo, vemos uma revolução silenciosa (e poderosa) em andamento. Da criação de conteúdo à análise de sentimentos, da personalização dinâmica à automação de campanhas — a IA está redesenhando o trabalho, os times e os modelos mentais.
Tarifas internacionais: o novo CAC invisível
A escalada tarifária global, iniciada pelos EUA, está impactando diretamente os custos operacionais do marketing. Tarifas que antes pareciam uma discussão de trade exterior agora afetam o ROI de campanhas digitais. A média global do custo de aquisição de clientes (CAC) subiu 27% desde 2023. O ROI caiu 18% no mesmo período.
As marcas reavaliam sua cadeia de mídia, migrando de canais de construção de marca para performance imediata. O efeito colateral? Uma compressão estratégica que pode gerar miopia de longo prazo. Pior: muitas organizações ainda não perceberam que estão sofrendo um “vazamento tarifário” silencioso.
Geopolítica e soberania digital: a fragmentação do alcance
A terceira força vem da reorganização geopolítica mundial. Com o avanço das políticas de soberania digital e regionalização de dados, o que antes era uma operação global integrada começa a se fragmentar. Plataformas regionais ganham força. Barreiras legislativas se erguem. E campanhas precisam se tornar hiperlocalizadas — com toda a complexidade que isso implica.
Google e Meta, por exemplo, enfrentam restrições duríssimas em regiões como Europa e Ásia. E isso tem implicações diretas para agências, anunciantes e fornecedores do mundo inteiro.
Brasil: desafio ou oportunidade?
Surpreendentemente, o Brasil ocupa uma posição estratégica nesse xadrez. Com tarifas mais brandas (10%) e afinidade cultural com a América Latina, o País pode se consolidar como hub regional para serviços de marketing e publicidade. O nearshoring ganha força, assim como o que propus chamar de nearspeaking — parcerias entre mercados com proximidade linguística e cultural, capazes de criar novas sinergias.
Agências brasileiras têm agora a chance de ocupar um novo espaço de relevância internacional — se forem ágeis o suficiente para se adaptar.
A crise tríplice exige mais do que reação: exige reinvenção. Modelos legados estão colapsando. A estrutura de marketing como conhecíamos está sendo redesenhada em tempo real. E só quem conseguir combinar IA com inteligência humana, dados com sensibilidade criativa, e planejamento com execução ágil, vai atravessar essa fase com solidez.
O futuro pertence às organizações que souberem ler o presente com lucidez — e se movimentar antes que o chão se abra.
Convido você a ler o Guia completo. Ficou extenso. E profundo. Sou suspeito, óbvio, mas acho que ficou bem legal. O resuminho que fiz aqui não é nada. E, no final, listo dezenas de dicas práticas do que fazer.
É uma tentativa de colocar ordem no caos — ou pelo menos, dar nomes às forças que estão movendo as placas tectônicas.
Está sentindo um tremor? Então. É isso.
O link está aqui.
Nos vemos lá.
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