Marca forte x marketing agressivo: qual o limite ético?

Por Stanley Bittar Em um cenário onde a visibilidade muitas vezes parece mais valorizada do que a competência, muitos profissionais da saúde se veem diante de um dilema: como construir... The post Marca forte x marketing agressivo: qual o limite ético? appeared first on ADNEWS.

Mai 6, 2025 - 13:12
 0
Marca forte x marketing agressivo: qual o limite ético?

Por Stanley Bittar

Em um cenário onde a visibilidade muitas vezes parece mais valorizada do que a competência, muitos profissionais da saúde se veem diante de um dilema: como construir uma marca forte sem ultrapassar o limite ético? Até onde é legítimo buscar autoridade e destaque? Quando o marketing deixa de ser estratégia e se torna exagero, ruído ou até risco?

Vivemos na era da exposição. Redes sociais, vídeos, anúncios, conteúdo em tempo real. A comunicação nunca foi tão acessível, mas também nunca foi tão delicada. Para o médico, esse território exige responsabilidade redobrada. A linha entre um marketing bem feito e um marketing agressivo é sutil, mas absolutamente essencial. E cruzá-la pode comprometer não apenas a reputação, mas a confiança do paciente, a credibilidade profissional e, em casos extremos, até a legalidade da atuação.

Uma marca forte é construída com base na verdade, na coerência e na entrega real. Ela não depende de promessas exageradas, não se sustenta em manipulação de imagens, nem apela para a estética da perfeição inatingível. Uma marca forte é aquela que sabe quem é, comunica isso com clareza e entrega o que promete com responsabilidade, com ciência e com humanidade.

Já o marketing agressivo é aquele que distorce, que força, que apela. É quando o foco sai do cuidado com o paciente e entra na necessidade de vender a qualquer custo. É quando o discurso começa a usar palavras como “milagre”, “resultado garantido”, “transformação definitiva”. Quando o antes e depois vira regra, a dor do paciente é usada como gatilho de urgência e a autoridade é construída mais em cima de performance digital do que de reputação construída no tempo.

É claro que a visibilidade é importante. Sem ela, ninguém cresce. Mas visibilidade sem propósito é só barulho. E o barulho pode até atrair por um tempo, mas não sustenta confiança a longo prazo. O paciente de hoje está mais atento, mais informado, mais exigente. Ele sente quando está sendo conduzido com verdade e quando está sendo manipulado por uma estratégia ensaiada.

Por isso, o limite ético deve ser sempre o cuidado. Se a sua comunicação respeita o paciente, orienta de forma clara, apresenta resultados com transparência e reforça o valor da medicina com consciência, você está no caminho certo. Mas se a sua comunicação pressiona, ilude, diminui a dor do outro para vender solução rápida, você está em território perigoso.

Marketing ético não significa marketing tímido. Você pode e deve mostrar sua autoridade, contar sua história, apresentar seus diferenciais, educar seu público, gerar valor. Mas tudo isso precisa estar a serviço da verdade. E não da performance.

Uma marca forte é aquela que fala por si, mesmo quando o marketing está em silêncio. É aquela que inspira, que fideliza, que conquista sem gritar. Porque sua força está no que entrega. No impacto que gera. E no respeito que constrói.

No fim, o melhor marketing é aquele que não precisa convencer. Só precisa mostrar o que já é real. E isso só se sustenta com ética, consistência e compromisso com o que realmente importa: o cuidado com o ser humano.

Stanley Bittar é médico com mais de 20 anos de experiência em cirurgia plástica e medicina estética. Também atua como empresário, palestrante, autor e mentor. É fundador e CEO da Stanley’s Holding, que reúne diferentes frentes de atuação na área da saúde, incluindo a Stanley’s Hair — a maior rede de clínicas de transplante capilar do mundo.

Seu propósito sempre foi democratizar o acesso ao transplante capilar, tornando o procedimento mais acessível e eficiente. Também é fundador da Stanley’s Edu, onde atua como professor e mentor em cursos de pós-graduação voltados à medicina capilar.

Fora do ambiente profissional, Stanley é apaixonado por educação, inovação e pelo desenvolvimento de novos negócios. Piloto da AMG Team, cultiva um entusiasmo de longa data pela Fórmula 1. Além disso, gosta de jogar tênis, viajar e dedicar tempo à família.

The post Marca forte x marketing agressivo: qual o limite ético? appeared first on ADNEWS.