Marca de roupas de Kanye West tem site fechado após vender camisetas com suástica nazista

Plataforma Shopify encerrou parceria com a Yeeze após lançamento de peça controversa e o rapper ainda enfrenta processo por antissemitismo

Fev 12, 2025 - 00:51
 0
Marca de roupas de Kanye West tem site fechado após vender camisetas com suástica nazista

Venda de camiseta nazista derruba loja virtual

A Shopify removeu o site oficial da Yeezy, marca de Kanye West, após a inclusão de uma camiseta branca estampada com uma suástica nazista. A peça, vendida por US$ 20, se tornou o único item disponível na plataforma desde a manhã de segunda-feira (10/2), levando a suspensão do e-commerce.

“Todos os comerciantes são responsáveis por seguir as regras da nossa plataforma. Este lojista não praticou um comércio autêntico e violou nossos termos, então o removemos do Shopify”, declarou um porta-voz da empresa. A plataforma não especificou quais regras foram infringidas, mas sua política proíbe produtos considerados “inseguros, inadequados ou ofensivos”. Atualmente, o domínio Yeezy.com exibe apenas a mensagem “Algo deu errado: Loja indisponível”.

Propaganda polêmica no Super Bowl

Na noite de domingo (9/2), horas antes da suspensão do site, a Yeezy veiculou um comercial nos intervalos do Super Bowl. No vídeo, aparentemente gravado pelo próprio West com a câmera frontal de um iPhone, o rapper aparece de óculos escuros em uma cadeira de dentista e diz: “Gastei todo o dinheiro do comercial nesses novos dentes”, exibindo próteses cravejadas de diamantes. “Tive que gravar no iPhone de novo… Um… Um… Vão para Yeezy.com.”

Naquele momento, o site ainda vendia produtos como roupas e álbuns da marca. No entanto, a mudança radical na manhã seguinte, com a venda exclusiva da camiseta com símbolo nazista, levou à rápida exclusão da loja online.

Processo por antissemitismo e misoginia

West também enfrenta uma ação judicial movida por uma ex-funcionária da Yeezy, identificada como “Jane Doe”, que acusa o rapper de discriminação, assédio e retaliação devido ao seu gênero e religião judaica.

A queixa, protocolada na Suprema Corte da Califórnia, inclui mensagens enviadas por West a Doe e outros funcionários, com termos como “Nazi”, “Hitler” e “Deathcon”. A defesa da ex-funcionária cita ainda a postura antijudaica do rapper nas redes sociais e sua recente aparição no Grammy, onde sua esposa, Bianca Censori, usou um traje quase transparente no tapete vermelho.

“Ye travou uma campanha implacável e deliberada de antissemitismo e misoginia contra minha cliente. Sua fixação com o nazismo, evidente nos textos em que se autodenomina Hitler, expõe suas intenções. Precisamos parar de justificar esse comportamento. Como pai, marido e empregador, ele deve ser responsabilizado. Ele desafiou minha cliente a processá-lo, e agora o veremos no tribunal”, declarou Carney Shegerian, advogado de Doe.

A ex-funcionária ingressou na Yeezy em 2023, após West publicar um pedido de desculpas à comunidade judaica em hebraico no Instagram. Segundo o processo, Doe teria sugerido que West reforçasse sua rejeição ao nazismo após a capa do álbum “Vultures 1” ser associada à estética nazista, mas ele teria respondido: “Eu sou um nazista”.

Mensagens incluídas na ação mostram que West enviou textos como: “Bem-vinda ao primeiro dia de trabalho para Hitler”, “Hail Hitler”, “Cale a p*rra da boca, vadia”, “Você é feia pra c*ralho”, “Sua imbecil patética”, “Você é um lixo”, “F*da-se, vadia” e “Agora me processe, sua idiota patética”.

Doe busca indenização por danos econômicos, emocionais e morais, além de compensações punitivas contra West e a Yeezy.