Jararaca-ilhoa ou jararaca-da-moela: qual é mais letal? Especialistas explicam
A jararaca-ilhoa, exclusiva da Ilha da Queimada Grande, e a jararaca-da-moela, endêmica da Ilha da Moela, têm suas diferenças apontadas por especialistas. Jararaca-ilhoa x Jararaca-da-moela: qual serpente é mais letal? Especialistas falam sobre as cobras endêmicas da Baixada Santista Rafael Benetti e Marcelo Ribeiro Duarte/pesquisador A Baixada Santista, no litoral de São Paulo, abriga duas cobras endêmicas: a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), exclusiva da Ilha da Queimada Grande, entre Itanhaém e Peruíbe, e a jararaca-da-moela (Bothrops germanoi), presente apenas na Ilha da Moela, em Guarujá. O g1 ouviu especialistas que destacaram as diferenças entre as espécies e analisaram qual delas apresenta maior letalidade. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. O biólogo Daniel Bortone destacou que, embora a jararaca-da-moela tenha sido descoberta há cerca de três anos na Ilha da Moela, ela já é alvo de pesquisas do Instituto Butantan, juntamente com outras cobras endêmicas, como a jararaca-ilhoa, da Ilha da Queimada Grande, popularmente conhecida como "Ilha das Cobras". Apesar disso, Bortone acredita que as toxinas do veneno da jararaca-da-moela apresentam potência semelhante à das jararacas-ilhoa e da mata (ou jararaca-comum) em seres humanos. A bióloga Lígia Amorim explicou que o veneno da Bothrops (jararaca) tem uma ação necrosante no local da picada, o que provoca a destruição dos tecidos. Essa característica o diferencia, por exemplo, da peçonha da cascavel, que é neurotóxica e age diretamente no sistema nervoso, tornando-a mais perigosa. "O maior índice de acidentes no Brasil com ofídicos [picadas por cobra], 90% é jararaca. É o que tem o maior número de acidentes, mas a [serpente] que tem maior letalidade seria a cascavel", complementou Lígia. Bortone afirmou que a toxina das serpentes evoluiu para imobilizar e matar as presas. No caso da jararaca-comum, o veneno é mais letal em roedores, principal alimentação dela. Segundo ele, a letalidade dos acidentes com jararaca no Brasil é de 0,4%. Em situações em que o humano picado demora a buscar socorro ou não faz o uso do soro antiofídico, por exemplo, a letalidade subiria para cerca de 20%. Lígia explicou que a morte causada pelo veneno da jararaca é mais provável em pessoas com comorbidades, como hipertensão e diabetes. Em indivíduos saudáveis, embora seja raro, o risco de morte ainda existe, mas é considerado baixo. Jararaca-ilhoa x Jararaca-da-moela


A jararaca-ilhoa, exclusiva da Ilha da Queimada Grande, e a jararaca-da-moela, endêmica da Ilha da Moela, têm suas diferenças apontadas por especialistas. Jararaca-ilhoa x Jararaca-da-moela: qual serpente é mais letal? Especialistas falam sobre as cobras endêmicas da Baixada Santista Rafael Benetti e Marcelo Ribeiro Duarte/pesquisador A Baixada Santista, no litoral de São Paulo, abriga duas cobras endêmicas: a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), exclusiva da Ilha da Queimada Grande, entre Itanhaém e Peruíbe, e a jararaca-da-moela (Bothrops germanoi), presente apenas na Ilha da Moela, em Guarujá. O g1 ouviu especialistas que destacaram as diferenças entre as espécies e analisaram qual delas apresenta maior letalidade. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. O biólogo Daniel Bortone destacou que, embora a jararaca-da-moela tenha sido descoberta há cerca de três anos na Ilha da Moela, ela já é alvo de pesquisas do Instituto Butantan, juntamente com outras cobras endêmicas, como a jararaca-ilhoa, da Ilha da Queimada Grande, popularmente conhecida como "Ilha das Cobras". Apesar disso, Bortone acredita que as toxinas do veneno da jararaca-da-moela apresentam potência semelhante à das jararacas-ilhoa e da mata (ou jararaca-comum) em seres humanos. A bióloga Lígia Amorim explicou que o veneno da Bothrops (jararaca) tem uma ação necrosante no local da picada, o que provoca a destruição dos tecidos. Essa característica o diferencia, por exemplo, da peçonha da cascavel, que é neurotóxica e age diretamente no sistema nervoso, tornando-a mais perigosa. "O maior índice de acidentes no Brasil com ofídicos [picadas por cobra], 90% é jararaca. É o que tem o maior número de acidentes, mas a [serpente] que tem maior letalidade seria a cascavel", complementou Lígia. Bortone afirmou que a toxina das serpentes evoluiu para imobilizar e matar as presas. No caso da jararaca-comum, o veneno é mais letal em roedores, principal alimentação dela. Segundo ele, a letalidade dos acidentes com jararaca no Brasil é de 0,4%. Em situações em que o humano picado demora a buscar socorro ou não faz o uso do soro antiofídico, por exemplo, a letalidade subiria para cerca de 20%. Lígia explicou que a morte causada pelo veneno da jararaca é mais provável em pessoas com comorbidades, como hipertensão e diabetes. Em indivíduos saudáveis, embora seja raro, o risco de morte ainda existe, mas é considerado baixo. Jararaca-ilhoa x Jararaca-da-moela