Israel aprova plano para expulsar civis de Gaza

Com mais de 52 mil mortos e 90% dos civis deslocados, novo plano israelense levanta acusações de limpeza étnica e amplia a crise humanitária na região O gabinete de segurança de Israel aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira (5), um novo plano militar para expandir as operações em Gaza, incluindo a “conquista” do território e a […] O post Israel aprova plano para expulsar civis de Gaza apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mai 5, 2025 - 18:25
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Israel aprova plano para expulsar civis de Gaza

Com mais de 52 mil mortos e 90% dos civis deslocados, novo plano israelense levanta acusações de limpeza étnica e amplia a crise humanitária na região


O gabinete de segurança de Israel aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira (5), um novo plano militar para expandir as operações em Gaza, incluindo a “conquista” do território e a promoção da “migração voluntária” de sua população, segundo múltiplas fontes oficiais e políticas israelenses. “O plano incluirá, entre outras coisas, a conquista da Faixa de Gaza e o controle do território, além do deslocamento da população para o sul, para sua proteção”, declarou um oficial israelense à AFP.

A decisão marca uma escalada significativa na estratégia de guerra de Israel e ocorre em meio a uma crise humanitária cada vez mais grave em Gaza, onde mais de 52 mil pessoas foram mortas desde outubro de 2023, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

O plano aprovado inclui elementos centrais: a ocupação da Faixa de Gaza, o controle militar do território e a realocação forçada de centenas de milhares de civis para o sul da região.

Segundo fontes políticas citadas pela AFP, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, continua a promover a retomada de uma proposta do ex-presidente dos EUA Donald Trump para a “migração voluntária” dos gazenses a países vizinhos, como Egito e Jordânia.

No entanto, o plano de Trump não é novo e se baseia em propostas israelenses anteriores de limpeza étnica em Gaza.

Documentos vazados publicados pela revista israelense Mekomit em outubro de 2023, poucos dias após o ataque do Hamas a assentamentos e bases militares israelenses em 7 de outubro, revelaram que o Ministério da Inteligência de Israel já considerava a transferência total dos 2,3 milhões de residentes de Gaza para a Península do Sinai, no Egito, como a “opção preferida” entre três cenários futuros. O plano previa a construção de cidades de tendas e permanentes no norte do Sinai e a criação de uma zona de segurança fechada em território egípcio para impedir o retorno de palestinos perto da fronteira com Israel.

Dois oficiais israelenses disseram à AP que o plano aprovado nesta segunda-feira será implementado gradualmente e inclui ataques militares contínuos para enfraquecer o Hamas e garantir a libertação de reféns israelenses. O gabinete também discutiu medidas para impedir que o Hamas distribua ajuda humanitária, que Israel alega ser usada para fortalecer suas capacidades militares.

A votação ocorreu após o chefe militar israelense, Herzi Halevi, anunciar que “dezenas de milhares” de reservistas estão sendo mobilizados para apoiar uma campanha ampliada em Gaza. O exército já controla cerca de 50% do território e retomou bombardeios intensos desde o fim do cessar-fogo em janeiro, reiniciando os ataques em meados de março.

Embora o novo plano inclua disposições para a entrega de ajuda humanitária, o bloqueio imposto por Israel desde 18 de março causou escassez severa de alimentos, combustível e água limpa, desencadeando saques e deslocamentos em massa. Mais de 90% da população de Gaza já foi deslocada – muitas vezes, múltiplas vezes – e grandes áreas do território se tornaram inabitáveis.

Críticos afirmam que a realocação da população de Gaza equivale a limpeza étnica, e a ideia de “migração voluntária” foi condenada por aliados de Israel na Europa e no mundo árabe. Apesar das crescentes críticas internacionais, autoridades israelenses confirmaram que discussões estão em andamento com vários países para avançar a polêmica proposta de migração e receber palestinos.

Israel ocupou Gaza anteriormente de 1967 até sua retirada em 2005. O Hamas assumiu o controle do território em 2007 e o governa desde então sob bloqueio e cerco israelense.

Com informações de The Cradle* e da AFP

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