Instagram testa recurso que mostra localização em tempo real do usuário

Meta está testando nova funcionalidade de compartilhamento de localização exata, o Instagram Map (Créditos: CoreDESIGN/Shutterstock)

A Meta começou a testar, no Instagram, a ferramenta de compartilhamento de localização exata, chamada Instagram Map.

Segundo a empresa de Mark Zuckerberg, o recurso vem desativado por padrão e os usuários precisam escolher compartilhar sua última localização ativa com um grupo específico de pessoas, podendo desativá-lo a qualquer momento.

Questionada pela reportagem, a Meta negou a realização de testes no Brasil.

A empresa explicou que, embora circule um print do recurso ativo em português, a pessoa pode estar em uma região onde a funcionalidade já está em teste.

O porta-voz da rede social no País não informou em quais localidades o teste está sendo realizado, mas afirmou que, em breve, devem se pronunciar com atualizações sobre o tema.

Como funciona o Instagram Map?

Segundo a Meta, o Instagram Map é desativado por padrão, cabendo ao usuário ativá-lo e decidir com quem compartilhar sua localização.

Se ativado, as pessoas podem alterar quem pode ver sua localização ou desativar o recurso a qualquer momento.

Sobre a segurança, a Meta afirma que está desenvolvendo a funcionalidade com foco na proteção dos usuários, oferecendo controles simples sobre quem pode ver a localização, a possibilidade de ocultar locais específicos, como o trabalho, e lembretes para que o recurso seja usado apenas com pessoas de confiança.

O Instagram Map pode afetar a segurança dos usuários?

Para Luiz Fernando Plastino, doutor em direito pela USP e especialista em direito de informática, revelar sua localização para terceiros sempre pode trazer algum risco se você não sabe muito bem quem tem acesso aos dados.

“Um terceiro mal-intencionado pode usar essa informação contra você, como, no pior dos casos um sequestrador ou stalker por exemplo”, explica.

“No limite, esse tipo de recurso pode ser abusado para vigiar ou controlar uma pessoa. Um companheiro abusivo pode forçar alguém a mantê-lo ativado para vigiar onde a namorada ou esposa está a todo momento, por exemplo. Não é incomum termos notícias desse tipo de uso de ferramentas de localização e monitoramento”, complementa.

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Questionado sobre os controles de privacidade da Meta, o advogado afirma que cada usuário precisa compreender os riscos aos quais está exposto e decidir se vale a pena ativar o recurso.

Pessoas muito visadas, em situações de vulnerabilidade específicas ou que não conseguem avaliar corretamente os riscos, podem acabar se expondo mais do que deveriam.

“No entanto, o recurso também pode ser usado para aumentar a segurança, dependendo do caso — por exemplo, uma mulher pode divulgar sua localização em tempo real com as amigas ao sair com um homem desconhecido para que elas acompanhem e garantam que tudo esteja bem”, comenta.

Por fim, o especialista reforça que cabe às empresas que disponibilizam esse tipo de tecnologia criar mecanismos que evitem seu uso indevido.

“E cabe ao Estado regulamentar as empresas para garantir que elas não coloquem tecnologias inseguras no mercado — ou mesmo proibir tecnologias que sejam realmente perigosas independentemente das salvaguardas”, diz.

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