Inflação segue pressionada por alimentos e saúde, mas desacelera em abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou uma alta de 0,43% em abril, mostrando uma desaceleração em relação ao aumento de 0,64% registrado em março, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração mensal, o índice ainda se mantém pressionado, principalmente pelos preços de alimentos […] O post Inflação segue pressionada por alimentos e saúde, mas desacelera em abril apareceu primeiro em O Cafezinho.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou uma alta de 0,43% em abril, mostrando uma desaceleração em relação ao aumento de 0,64% registrado em março, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da desaceleração mensal, o índice ainda se mantém pressionado, principalmente pelos preços de alimentos e saúde, e a inflação em 12 meses segue acima de 5%, mantendo-se distante da meta estabelecida pelo governo.
O avanço acumulado do IPCA-15 em 12 meses foi de 5,49%, em comparação com 5,26% em março, número que está em linha com as expectativas de analistas consultados pela Reuters.
O índice continua bem acima do teto da meta oficial de inflação, que é de 3,0%, com margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Esse cenário reflete o persistente impacto de preços elevados, principalmente nos setores de alimentos e saúde, que têm pressionado os orçamentos das famílias brasileiras.
Os preços dos alimentos, que seguem como o principal motor da alta da inflação, apresentaram um aumento de 1,14% em abril, superando a taxa de 1,09% registrada no mês anterior.
A alta dos preços no domicílio, especialmente em itens como tomate (+32,67%), café moído (+6,73%) e leite longa vida (+2,44%), foi o principal fator por trás do aumento.
A alimentação fora do domicílio também mostrou aceleração, com alta de 0,77%, impulsionada principalmente pelo aumento de 1,23% no preço do lanche e de 0,50% na refeição.
Além disso, o grupo de Saúde e cuidados pessoais, que teve um aumento de 0,96% em abril, também teve papel relevante na aceleração da inflação.
Em março, esse grupo havia registrado uma variação de 0,35%. O aumento foi impulsionado pelos preços de itens de higiene pessoal (+1,51%) e produtos farmacêuticos (+1,04%), após o reajuste de até 5,09% autorizado para medicamentos a partir de 31 de março. Juntos, os grupos de alimentos e saúde responderam por 88% do índice do IPCA-15 de abril.
Em contrapartida, o grupo de Transportes foi o único a registrar queda de preços no mês, com uma retração de 0,44%. Esse recuo foi impulsionado principalmente pela queda de 14,38% nas passagens aéreas.
Os combustíveis também contribuíram para o resultado, com variações negativas nos preços do etanol (-0,95%), do gás veicular (-0,71%), do óleo diesel (-0,64%) e da gasolina (-0,29%).
A inflação de serviços, que segue sendo monitorada de perto pelo Banco Central (BC), registrou uma desaceleração em abril. Após uma alta de 0,66% em março, a inflação de serviços recuou para 0,18% em abril, devido principalmente à queda nos preços das passagens aéreas.
Excluindo esse item, a inflação de serviços seria de 0,48%. A desaceleração da inflação de serviços sugere uma manutenção da tendência observada nos últimos meses, sem indícios de piora no cenário, mas com a persistência de níveis elevados, especialmente no núcleo da inflação.
André Valério, economista sênior do Inter, comentou sobre o cenário inflacionário, destacando que, apesar de não haver sinais de deterioração, o patamar elevado da inflação, especialmente em itens essenciais, exige cautela.
Valério prevê que o Banco Central aumente a taxa Selic em 0,50 ponto percentual na próxima reunião, que ocorrerá no início de maio. Atualmente, a taxa Selic se encontra em 14,25% ao ano.
O cenário externo também representa um risco para a inflação brasileira. As tensões comerciais globais, especialmente as medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam a gerar incertezas, o que tem repercussões no comércio internacional e na economia brasileira.
O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, indicou recentemente que a instituição mantém a decisão sobre a Selic em aberto, sem condições de prever como o cenário externo poderá impactar a economia no futuro.
A pesquisa Focus, conduzida pelo Banco Central, revelou que a expectativa para o final deste ano é de que a inflação atinja 5,57%, com a Selic sendo elevada para 15,00%. Esse quadro reflete as dificuldades para alcançar a meta oficial de inflação e o impacto contínuo de fatores internos e externos que pressionam os preços no Brasil.
Dessa forma, o cenário inflacionário segue desafiador, com as autoridades monetárias e o governo brasileiro lidando com pressões internas, como os altos preços dos alimentos e saúde, e externas, como as tensões comerciais internacionais. O Banco Central continua monitorando de perto a situação, adotando uma postura cautelosa diante das incertezas que ainda cercam a economia global e local.
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