Ibovespa acelera perdas para mais de 1% com tensão comercial contínua entre EUA-China

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Abr 10, 2025 - 23:12
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Ibovespa acelera perdas para mais de 1% com tensão comercial contínua entre EUA-China
Painel de cotações da B3, em São Paulo

A queda do petróleo e das bolsas norte-americanas reflete no Ibovespa nesta quinta-feira (10). Os novos desdobramentos das tensões entre EUA-China também levaram a uma intensificação das perdas.

A euforia do mercado se transformou em inquietação devido à preocupação de que uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo cause danos duradouros ao crescimento global, apesar do surpreendente alívio do presidente Donald Trump. As tarifas americanas sobre importações da China agora totalizam 145% após o último aumento, de acordo com a Casa Branca, o que levou a perdas acima de 1% para o índice.

Às 12h59, o Ibovespa cedia 1,48%, aos 125.898 pontos, depois de atingir máxima aos 127.796,75 pontos, praticamente mesmo nível da abertura, com variação zero.

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“O petróleo está caindo em torno de 4,00%, e o mercado vem precificando desde o anúncio do tarifaço pelos Estados Unidos na última semana, a cotação muito baixa. Saiu da casa dos US$ 71 o barril, para a faixa dos US$ 60, o que eleva a preocupação com uma atividade econômica mais baixa por conta das tarifas”, diz Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.

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Neste sentido, apesar de sinais de pausa nos conflitos comerciais, que pode diminuir a preocupação de uma recessão mundial, o impasse entre Estados Unidos e China ainda requer cautela, já que ambos continuam em atrito. Hoje a União Europeia decidiu pausar as contramedidas tarifárias aos EUA.

A informação da Casa Branca de que, agora, as tarifas sobre a China chegam ao patamar de 145% azedou o mercado. O valor se refere aos 125% mencionados por Donald Trump na véspera, em resposta à retaliação de 84% promovida por Pequim, somados a 20% que já estavam em vigor antes do anúncio das chamadas “tarifas recíprocas”.

Mais cedo, em meio à aparente trégua norte-americana, as bolsas asiáticas fecharam com ganhos nesta quinta-feira seguindo os mercados acionários de Nova York. O Nasdaq encerrou o pregão em alta de 12%, o maior ganho porcentual desde 2001.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma suspensão de 90 dias das chamadas tarifas recíprocas acima de 10%, exceto para a China. O gigante asiático, no entanto, teve suas tarifas elevadas para 125%. Em resposta, Pequim discute novos estímulos em cenário de deflação e busca estreitar laços com a União Europeia.

O Ibovespa, por sua vez, subiu 3,12% ontem, aos 127.795,93 pontos, depois de quatro pregões seguidos de baixa, seguindo Nova York. “Os mercados estão numa montanha russa devido às preocupações com as tarifas deflagradas por Trump”, diz Rodrigo Alvarenga, sócio One Investimentos.

Neste ambiente, segundo Alvarenga, indicadores como o CPI ficam em segundo plano, dado o curto tempo em que as tarifas estão em vigor. “O índice de inflação de abril já poderá captar os impactos das tarifas”, estima.

O núcleo do índice de preços ao consumidor dos EUA (que exclui itens voláteis) subiu 0,1% em março ante fevereiro, destaca o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz. “Um ponto interessante é que houve algumas quedas na parte de combustíveis. A expectativa é que o CPI de abril mostre quedas maiores, botando mais pressão para que o Fed comece a cortar juros”, avalia.

A despeito do recuo de hoje e diante de um quadro de juros mais altos e expectativas de menor crescimento econômico, a Monte Bravo estima que o Índice Bovespa teria fôlego para subir até os 138 mil pontos. “Março foi um mês bastante positivo para as ações brasileiras. O Ibovespa subiu 6,10%, acumulando valorização de 8,29% no ano. Em dólares, os números impressionam ainda mais: alta de 9,10% no mês e 16,90% no acumulado de 2024”, cita a corretora em sua carta mensal.

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