“Há sempre dificuldade em perceber quanto é que se vai receber no fim do mês”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Se pudesse mudar algo na forma como os salários são discutidos em Portugal, Martim de Botton introduziria mais transparência nos impostos para que fosse mais fácil perceber, afinal, quanto do salário bruto chega à carteira de cada empregado. O CEO do LACS é um dos convidados do novo episódio do podcast “Trinta e oito vírgula […]

Abr 16, 2025 - 07:33
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“Há sempre dificuldade em perceber quanto é que se vai receber no fim do mês”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Se pudesse mudar algo na forma como os salários são discutidos em Portugal, Martim de Botton introduziria mais transparência nos impostos para que fosse mais fácil perceber, afinal, quanto do salário bruto chega à carteira de cada empregado. O CEO do LACS é um dos convidados do novo episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, que conta também com a participação de Isabel Moço, professora da Universidade Europeia. Revela que há trabalhadores dispostos a receber menos vencimento em troca de dias de teletrabalho.

“Sinto que há sempre essa dificuldade da pessoa perceber, primeiro, quanto é que vai receber e quanto é que a empresa vai gastar por esse salário”, salienta o responsável do LACS, que durante oito anos foi administrador da Santini. Martim de Botton nota, por outro lado, que o tabu em tornos dos vencimentos é, neste momento, mais fraco do que há alguns anos.

Já Isabel Moço, da Universidade Europeia, realça que houve uma mudança de atitude em relação ao trabalho com um maior foco na conciliação da carreira com a vida pessoal. Mais, há mesmo quem esteja disposto a receber menos em troca de dias de trabalho à distância, porque percebe que, deste modo, consegue alguma economia (nas deslocações e vestuário, por exemplo) e melhor qualidade de vida.

Ainda assim, a professora alerta para o potencial impacto do teletrabalho na progressão na carreira e até mesmo na desigualdade entre géneros.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Nesta temporada especial (de nove episódios, entre abril e junho), vamos explorar essa questão do ponto de vista dos rendimentos.