Governo Lula tem superavit primário de R$ 1,1 bilhão em março
Valor corresponde à diferença das receitas e das despesas, divulgada todo mês pelo Tesouro Nacional

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve superavit primário de R$ 1,096 bilhão nas contas públicas em março de 2025. Esse foi o melhor saldo nas contas para o mês de 2021. O resultado havia sido um deficit de R$ 1,024 bilhões no mesmo mês do ano anterior. Eis a íntegra da apresentação (PDF – 719 kB) e do relatório (PDF – 312 kB).
O Tesouro Nacional divulgou os dados nesta 3ª feira (29.mar.2025). O indicador corresponde à diferença entre as receitas e despesas públicas sem contar os juros da dívida.
No acumulado de janeiro a março, o superavit primário foi de R$ 55,95 bilhões em valores corrigidos pela inflação. Esse foi o maior saldo para o período desde 2022, quando totalizou R$ 59,34 bilhões a preços atuais.
A contas do governo tiveram deficit de R$ 10,85 bilhões no acumulado de 12 meses até março. Esse é o melhor saldo desde 2023, quando o Tesouro registrou um superavit de R$ 31,85 bilhões. Representa também 0,07% do PIB (Produto Interno Bruto).
SUPERAVIT DE MARÇO
O superavit de R$ 1,096 bilhão em março foi formado pelo saldo positivo de R$ 24,05 bilhões do Tesouro Nacional e o deficit de R$ 22,95 bilhões do RGPS (Regime Geral de Previdência Social).
A receita líquida do governo central foi de R$ 174,7 bilhões em março, uma alta real de 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor desconsidera as transferências por repartição de receita, como Estados e municípios.
Os principais destaques para o aumento da arrecadação foram o IPI (Imposto de Produtos Industrializados), com alta de 26,8% na receita em relação a março de 2024, e o Imposto sobre a Renda, com avanço de 5,0%.
Do lado das despesas, os gastos diminuíram 0,5% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. Caíram para R$ 173,6 bilhões. A diminuição está relacionada a queda de 22,9% das despesas discricionárias (não obrigatórias). Recuou de R$ 12,59 bilhões para R$ 9,71 bilhões no período.
CONTAS PÚBLICAS
Os números são importantes porque mostram se a equipe econômica gastou menos do que arrecadou. O resultado primário é utilizado como parâmetro para cumprimento da meta fiscal (excluindo alguns regimes de exceção, como precatórios).
O time do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, determinou que as contas têm que fechar o ano com deficit zero, ou seja, gastos iguais à arrecadação.
Há um intervalo de tolerância que permite que o governo termine o ano com um resultado superior ou inferior a esse resultado. Entenda abaixo:
- margem superior da meta – superavit de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto);
- centro da meta – 0% do PIB; e
- margem inferior da meta – deficit de 0,25% do PIB.