Gigantes chineses veem oportunidades de crescimento com escalada da guerra comercial com os EUA
Empresas chinesas dos setores de semicondutores, autopeças e tecnologia avaliam que podem ampliar sua participação de mercado doméstico diante da intensificação das disputas comerciais entre China e Estados Unidos. A expectativa é de que as tarifas retaliatórias impostas por Pequim aumentem o custo dos produtos americanos e favoreçam fornecedores locais. A Suzhou Everbright Photonics, fabricante […] O post Gigantes chineses veem oportunidades de crescimento com escalada da guerra comercial com os EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

Empresas chinesas dos setores de semicondutores, autopeças e tecnologia avaliam que podem ampliar sua participação de mercado doméstico diante da intensificação das disputas comerciais entre China e Estados Unidos.
A expectativa é de que as tarifas retaliatórias impostas por Pequim aumentem o custo dos produtos americanos e favoreçam fornecedores locais.
A Suzhou Everbright Photonics, fabricante de chips de sensores de radar e laser de diodo de alta potência, declarou em relatório corporativo que as tarifas chinesas sobre importações dos EUA devem beneficiar seus negócios.
“O custo dos chips importados será mais alto e as incertezas na cadeia de suprimentos serão maiores” para os clientes domésticos, afirmou a empresa. As ações da companhia, listada na bolsa de Xangai, registraram alta de 5,4% na terça-feira.
A Chipsea Technologies, sediada em Shenzhen e fornecedora de semicondutores para eletrodomésticos e veículos, também apontou vantagens com o atual cenário.
A empresa disse que o conflito tarifário EUA-China pode impulsionar o crescimento da presença de chips produzidos internamente. Suas ações subiram 4,38% no mesmo dia.
As declarações acompanham o posicionamento oficial do governo chinês. O Ministério do Comércio da China anunciou na terça-feira que adotará “contramedidas” em resposta a qualquer novo aumento tarifário dos Estados Unidos.
A afirmação foi feita após o presidente norte-americano Donald Trump ameaçar impor uma nova tarifa de 50% sobre produtos chineses.
Na semana anterior, a China informou que aplicará uma tarifa adicional de 34% sobre uma série de produtos importados dos EUA. A medida amplia os tributos já existentes como resposta à política tarifária implementada por Washington.
Entre as empresas que veem impactos diretos no setor industrial, a Pan Asian Microvent Tech, fabricante de materiais de microventilação usados em automóveis, sensores, eletrônicos, embalagens e dispositivos médicos, avaliou que os impostos retaliatórios poderão reduzir a competitividade da concorrente americana WL Gore & Associates.
“Os produtos da nossa empresa têm uma vantagem mais econômica sobre a Gore”, afirmou a companhia em nota a investidores.
“Se a China impuser uma tarifa de 34% sobre todas as importações dos EUA, a competitividade dos produtos da nossa empresa se tornará mais óbvia.” As ações da Microvent subiram 5,29% na terça-feira.
Já entre as empresas com ampla exposição ao mercado norte-americano, algumas têm optado por repassar os custos aos clientes.
A Shanghai Baolong Automotive, fornecedora global de componentes como válvulas de pneus, escapamentos e sistemas de suspensão, declarou que está em negociação com compradores da América do Norte para que eles absorvam a maior parte das tarifas adicionais. A companhia registrou queda de 6,97% nas ações negociadas em Xangai.
Em linha semelhante, o Zhejiang Yankon Group, especializado na produção de lâmpadas de baixo consumo e produtos de LED, informou que realizará ajustes graduais nos preços aplicados aos clientes. Suas ações caíram 5,61% após o anúncio.
A Trina Solar, uma das principais fornecedoras de painéis solares e soluções de armazenamento de energia, afirmou que possui estoques de módulos de bateria já armazenados nos Estados Unidos.
A empresa reconheceu que as tarifas recíprocas “podem causar um aumento nos preços” em seu setor. As ações da Trina Solar subiram 3,11% na terça-feira.
As medidas adotadas por Pequim e as respostas das empresas refletem a estratégia do governo chinês de promover a autossuficiência tecnológica, sobretudo em setores considerados estratégicos.
A expectativa entre fornecedores domésticos é de que as novas condições comerciais incentivem o desenvolvimento interno de tecnologias e fortaleçam cadeias produtivas locais.
A tensão entre China e Estados Unidos em relação ao comércio internacional tem se intensificado desde a retomada da presidência por Donald Trump em 2025.
O atual pacote de tarifas integra um conjunto de medidas econômicas direcionadas a reequilibrar a balança comercial e pressionar países concorrentes, especialmente em setores de alta tecnologia.
O impacto das novas tarifas nos preços ao consumidor, no comércio bilateral e nas cadeias globais de fornecimento permanece em avaliação por analistas. A possibilidade de novas rodadas de medidas retaliatórias mantém o cenário de incerteza entre empresas exportadoras e importadoras em ambos os países.
Com informações da SCMP
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