Flora Purim continua sua missão
Depois de sessenta anos de carreira, a cantora carioca Flora Purim ainda só pensa em música. Ela foi indicada três vezes ao Grammy e participou de dois discos vencedores do prêmio, um do baterista Mickey Hart e outro do trompetista Dizzy Gillespie. Seu marido, Airto Moreira, até hoje não foi superado como o melhor percussionista do mundo, com uma batida reverenciada por cânones do jazz, como Miles Davis, cuja banda ele integrou. The post Flora Purim continua sua missão first appeared on revista piauí.

Depois de sessenta anos de carreira, a cantora carioca Flora Purim ainda só pensa em música. Ela foi indicada três vezes ao Grammy e participou de dois discos vencedores do prêmio, um do baterista Mickey Hart e outro do trompetista Dizzy Gillespie.
Seu marido, Airto Moreira, até hoje não foi superado como o melhor percussionista do mundo, com uma batida reverenciada por cânones do jazz, como Miles Davis, cuja banda ele integrou.
Em 1976, numa prova da seminal importância do casal, Purim e Moreira fecharam com a Warner o maior contrato já firmado por um músico de jazz na história até então. Eles torraram quase todo o dinheiro na produção de dois discos, um deles de Hermeto Pascoal.
“Penso que minha vida foi muito incrível. Eu tive aventuras incomparáveis, que poucas pessoas tiveram. Conheci gente linda, maravilhosa, não posso me queixar”, ela conta a Ana Clara Costa, na edição deste mês da piauí.
De fato. Com Janis Joplin, ela mergulhou numa aventura inesquecível de uma semana. De Jane Fonda, ouviu um conselho determinante. Em 1971, foi presa nos Estados Unidos, junto com um grupo de amigos, acusados de portar cocaína. Enquanto estava na cadeia, durante dezoito meses, foi eleita duas vezes a melhor cantora de jazz do mundo pelos leitores da revista DownBeat, considerada a bíblia desse gênero musical.
Purim deixou o Brasil no fim dos anos 1960. Em 2013, decidiu que estava na hora de voltar. Com os recursos financeiros exauridos, ela e Moreira viviam com a ajuda de familiares. O casal cogitou uma residência para idosos perto de Curitiba, mas os custos eram elevados. Até que foram alertados sobre o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Além do custo menor, o clima é animado. “Aqui alguns dos velhinhos saem sambando, vem escola de samba toda hora”, diz Purim, que hoje tem 83 anos, como Airto Moreira. “Eu vou morrer aqui no Brasil e aqui no Retiro. Estou adorando, ouço música dia e noite. Tem festas, fofocas.”
No ano passado, Purim gravou um novo álbum, que está agora em pós-produção. No ano que vem, será lançado um documentário sobre sua vida e a de Moreira, com direção do cineasta Jom Tob Azulay, o mesmo que fez Os doces bárbaros e codirigiu Elis & Tom. Nos intervalos, ela ainda recebe músicas e tem vontade de gravá-las. “Não consigo parar. Deve ser porque não cumpri minha missão ainda. Deve ter alguma coisa que ainda não fiz e devo fazer. Podem ser muitas coisas… Muita gente vive 100 anos, né?”
Assinantes da revista podem ler a íntegra da reportagem neste link.
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