Fim do Brasil 2.0? Fundadores da Empiricus comparam governos Lula 3 e Dilma

Para Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden, o governo Lula está tomando a mesma direção ruim do governo Dilma, mas o contexto atual não permite que haja uma crise tão grave quanto a de 2014/2015. O post Fim do Brasil 2.0? Fundadores da Empiricus comparam governos Lula 3 e Dilma apareceu primeiro em Empiricus.

Mar 10, 2025 - 20:41
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Fim do Brasil 2.0? Fundadores da Empiricus comparam governos Lula 3 e Dilma

Em 2014, a tese do Fim do Brasil, propagada pela Empiricus, alertava para uma grande crise econômica durante o governo Dilma Rousseff – que, mais tarde, se materializou. Hoje, embora os analistas da casa considerem a direção econômica preocupante, eles ponderam que o país não tem “tempo nem espaço” para uma crise tão grave como a de 2015.

Em participação no podcast Market Makers, Rodolfo Amstalden e Felipe Miranda, fundadores da Empiricus, traçaram paralelos entre o governo Lula 3 e a era Dilma, entre 2011 e 2016, destacando as diferenças na percepção do mercado e o impacto nas estratégias de investimento.

Fim do Brasil 2.0? Cenário atual não tem hecatombe, mas governo está à deriva

Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden acreditam que o governo Lula está seguindo o mesmo caminho problemático do governo Dilma, com expansão de gastos públicos com políticas populistas como o saque aniversário do FGTS e o programa Pé de Meia. 

Entretanto, eles ressaltam que o cenário atual não possibilita uma crise tão severa quanto a de 2014/2015. Além disso, diferentemente da era Dilma, o mercado hoje está mais pessimista e precifica mais rapidamente os riscos.

Felipe explica que a tese resumida do Fim do Brasil era a da destruição do tripé macroeconômico que havia alcançado a maturidade com o Plano Real em 1994: crescimento, controle da inflação e câmbio flutuante

“O governo Dilma atacou cada um desses pilares macro: não tínhamos metas de superávit primário, inflação era de 10% contra uma meta muito mais baixa e tínhamos intervenções sucessivas no câmbio. Não podemos minimizar o que aconteceu, foi uma crise de proporção que o Brasil não conhecia em sua história republicana. A gente cresceu 0%, -3% e -3,5% sucessivamente. Demora para você produzir uma crise daquele tamanho. Então agora acho que não temos nem tempo nem espaço para produzir uma hecatombe daquela magnitude”, sintetiza.

Felipe destaca também a diferença no contexto histórico entre os governos Lula e Dilma. Em 2014, vínhamos de uma “década fabulosa de Brasil”, com multiplicação do Ibovespa em dólares. Agora, segundo ele, a situação é inversa: estamos numa “sequência secular péssima” que já está precificada.

Além disso, Rodolfo reforça que Lula tem tempo hábil para realizar um ajuste fiscal moderado antes da próxima eleição, mas acredita que isso não ocorrerá. “Ele não será a pessoa que fará esse ajuste. Na cabeça dele, ele não foi eleito para isso.”

2014 x 2025: O que fazer com os investimentos?

Se em 2014 a recomendação da Empiricus era clara – proteger-se comprando dólar e ouro –, hoje a estratégia é mais diversificada. 

Para os fundadores da Empiricus, a estratégia para investir em 2025 é evitar extremos – nem apostar no “fim do Brasil”, nem acreditar cegamente que a vitória de um governo opositor na eleição presidencial de 2026 resolverá todos os problemas. Em um cenário de incertezas, a diversificação e o olhar de longo prazo são fundamentais para os investidores brasileiros.

“A polarização é péssima para o investidor”, alerta Rodolfo. Segundo ele, o ideal é manter um portfólio equilibrado, com exposição ao dólar, ouro, bitcoin e renda fixa, mas sem abandonar a bolsa. “Ter zero de bolsa brasileira me parece uma decisão muito ruim, assim como ter zero de FIIs só porque a Selic está alta.”

Felipe complementa que os investidores estrangeiros seguem atentos ao Brasil, mesmo com a volatilidade política. Ele cita a visão do gestor André Jakurski, que acredita que haverá um rali em algum momento, mas sem previsão exata.

“A eleição está longe, mas o investidor estrangeiro olha de dois a três anos para frente. Ele sabe que vai tomar sustos no meio do caminho, mas entra porque acredita que o final do filme será positivo”, explica Miranda. Ele faz também uma analogia com um “pacto fáustico”: um cenário ruim agora pode levar a uma mudança política em 2026, o que impulsionaria os mercados nos anos seguintes.

No episódio, Rodolfo Amstalden e Felipe Miranda comentam também sobre a interpretação da própria esquerda em relação à crise de 2014/2015 e as perspectivas para o futuro da Empiricus, entre outros temas. Assista a gravação na íntegra clicando no vídeo abaixo.

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