FIA avalia excluir rádios das transmissões da Fórmula 1

A possibilidade de mudanças na cobertura da Fórmula 1 segue em pauta dentro da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O presidente da entidade, Mohammed Ben Sulayem, não descarta a retirada dos rádios das transmissões oficiais da categoria.

A discussão surge em meio às novas diretrizes do Código Esportivo Internacional, que passam a valer a partir da temporada de 2025 e preveem penalizações a pilotos por conduta inadequada, incluindo multas, suspensão e perda de pontos no campeonato. O pacote de regras atraiu atenção pela inclusão de penalidades para linguagem considerada imprópria.

O tema é debatido nos bastidores desde 2024, impulsionado por episódios como a coletiva oficial da FIA no GP de Singapura, na qual Max Verstappen usou um palavrão e, como consequência, precisou cumprir serviço comunitário durante a cerimônia de premiação da entidade, em Ruanda. Meses depois, Charles Leclerc também recebeu uma multa de € 10 mil (R$ 59 mil) por um comentário de teor semelhante no GP do México.

Com isso, a FIA revisou seu Código Esportivo Internacional e introduziu sanções mais rígidas para casos enquadrados como má conduta. As novas regras abrangem desde manifestações que possam incitar ódio e violência até declarações que possam causar danos à reputação da entidade e de seus dirigentes. Além disso, foram reforçadas as restrições contra discursos políticos, religiosos ou pessoais que contrariem o princípio de neutralidade da organização. A decisão de aplicar as punições, no entanto, continuará a depender do julgamento dos comissários.

Ben Sulayem, durante uma coletiva realizada em Madrid, foi questionado sobre possíveis novas medidas para coibir linguagem inapropriada nos rádios das equipes. O dirigente indicou que a permanência dessas comunicações nas transmissões da categoria está sob análise.

“Vamos parar de exibir os rádios dos pilotos ao vivo? Talvez. Ou vamos exibir com um delay? Talvez também. Tem muitas coisas nas quais podemos trabalhar com nossos promotores, e os organizadores da FIA. Nós ainda somos os donos desse campeonato”, disse o presidente.

Nos últimos dias, o executivo criticou equipes e pilotos e minimizou pautas relacionadas à diversidade na Fórmula 1, indicando que a temporada de 2025 pode trazer mudanças relevantes dentro e fora das pistas.

Enquanto as discussões seguem, a categoria se aproxima do início das atividades oficiais. Os testes de pré-temporada estão marcados para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro no Bahrein. O campeonato começa com o GP da Austrália, entre os dias 14 e 16 de março, com duas novidades marcantes: a estreia de Lewis Hamilton na Ferrari e a presença de um brasileiro no grid após oito anos: o Gabriel Bortoleto, o novo piloto da Sauber.

Fora das pistas, um dos temas em alta é a possível entrada da Netflix na disputa pelos direitos de transmissão da F1 a partir de 2026.

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