F1: Os números e as conclusões do teste do Bahrein
Todos os anos, a história repete-se. Apesar das muitas voltas feitas nos testes, a incerteza quanto ao que poderemos ter ao longo da época existe sempre. E mesmo que os cenários delineados numa fase prematura acabem por acontecer, a evolução das equipas pode mudar completamente a ordem competitiva, como vimos em 2024 com a McLaren. […] The post F1: Os números e as conclusões do teste do Bahrein first appeared on AutoSport.

Todos os anos, a história repete-se. Apesar das muitas voltas feitas nos testes, a incerteza quanto ao que poderemos ter ao longo da época existe sempre. E mesmo que os cenários delineados numa fase prematura acabem por acontecer, a evolução das equipas pode mudar completamente a ordem competitiva, como vimos em 2024 com a McLaren. Mas a pergunta que interessa fazer agora é: Quem parte em melhor posição para o arranque da época?
O que aconteceu no último dia de testes?
Antes de abordarmos esse tema, interessa conhecer os números do último dia de testes. Os testes de pré-época de 2025 da Fórmula 1 no Bahrain terminaram com os 20 pilotos a completarem um total de 3894 voltas em 25 horas de pista.
George Russell estabeleceu o tempo mais rápido no último dia com 1’29″545 em pneus C3, pouco à frente de Max Verstappen por 0,021s. Alex Albon foi terceiro com pneus C4, com oito equipas diferentes representadas entre os oito primeiros. No entanto, Carlos Sainz fez a volta mais rápida do teste com 1’29″348 no segundo dia com o seu Williams.
As temperaturas invulgarmente baixas e os ventos fortes afectaram os testes, tornando o desempenho dos pneus mais difícil de avaliar. O composto C3 provou ser o mais versátil, enquanto o C1, mais duro, teve dificuldades nas condições frias.
Com os testes concluídos, a Pirelli permanecerá no Bahrein por mais dois dias para desenvolver os pneus 2026, com a Alpine e a Williams fornecendo carros e pilotos para as sessões.
No total, eis o número de voltas feitas por piloto e por equipa:
Piloto
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Total
Esteban Ocon (Haas)
88
69
103
260
Isack Hadjar (RB)
76
94
73
243
George Russell (Mercedes)
70
71
91
232
Andrea Kimi Antonelli (Mercedes)
78
87
61
226
Charles Leclerc (Ferrari)
71
83
66
220
Jack Doohan (Alpine)
68
80
61
209
Yuki Tsunoda (RB)
78
46
87
211
Pierre Gasly (Alpine)
72
40
84
196
Oscar Piastri (McLaren)
66
44
85
195
Carlos Sainz (Williams)
68
127
0
195
Lando Norris (McLaren)
52
77
57
186
Nico Hülkenberg (Sauber)
55
56
69
180
Fernando Alonso (Aston Martin)
46
45
82
173
Lewis Hamilton (Ferrari)
70
45
47
162
Max Verstappen (Red Bull)
74
0
81
155
Liam Lawson (Red Bull)
58
91
–
149
Lance Stroll (Aston Martin)
42
57
32
131
Equipa
Total de Voltas
Mercedes
458
Haas
457
Racing Bulls (RB)
454
Alpine
405
Williams
395
Ferrari
382
McLaren
381
Sauber (Kick Sauber)
354
Red Bull Racing
304
Aston Martin
304
Quem se destacou nos três dias?
A McLaren e a Ferrari foram as equipas que mais se destacaram ao longo dos três dias de testes. Apesar de não terem completado o maior número de voltas, a performance em pista foi animadora. Do lado da Ferrari, os sorrisos de Lewis Hamilton e Charles Leclerc mostravam que o programa estava a ser cumprido com boa nota. Hamilton adaptou-se bem ao novo carro e fez boas voltas. No entanto Charles Leclerc fez mais voltas com o carro e pareceu estar ligeiramente à frente do seu novo colega de equipa.
Do lado da McLaren, vimos muitas vezes a equipa parada, a fazer mudanças nos carros. A equipa não teve problemas em usar o seu tempo com calma, uma prova que a confiança nos lados de Woking está em alta. As performances nas simulações de corrida foram francamente animadoras, mas em nas simulações de qualificação a McLaren não mostrou tanto. A McLaren e a Ferrari são as equipas que parecem sair por cima deste teste.
A Red Bull deixou muitas duvidas no ar. Apesar de o discurso ser otimista, com um carro que aparentemente já não sofre dos problemas de instabilidade e de janelas operacionais pequenas, o que vimos em pista foi menos animador. Max Verstappen foi rápido quando colocou as borrachas mais macias, mas o carro pareceu dar trabalho e não ser tão fácil de pilotar quanto o McLaren ou o Ferrari, por exemplo. A Red Bull não fez uma simulação de corrida e focou-se em encontrar mudar várias vezes a configuração do carro. Fica a dúvida se esta estratégia foi a planeada ou se foi de recurso, mas as paragens sucessivas para mudanças podem indicar que algo pode não estar tão bem nos Bull´s.
Na Mercedes, o carro parece ter evoluído bem e a equipa estará melhor do que em 2024. Destaque para Andrea Kimi Antonelli que mostrou excelente andamento, sem cometer erros.
Uma das surpresas deste teste foi a Williams que mostrou um andamento muito interessante, um claro passo em frente face a 2024 e há quem diga que a equipa poderá estar a bater a porta do top 5 neste arranque de temporada. Outra equipa que está também melhor é a Alpine que mostrou boas indicações.
Notas mais negativas para a RB, que mostrou poucos pontos positivos. Ainda menos positivo foi o teste da Aston Martin e da Sauber. A Sauber deverá continuar no fundo da tabela, pelo que vimos nestes três dias e na Aston Martin vai haver muito trabalho, depois de um teste que não correu bem, com a equipa a perder muito tempo nas boxes, sendo a estrutura com menos voltas dadas. Os sinais não são animadores por parte da equipa britânica.
Por fim, da Haas, também algumas dúvidas. A equipa focou-se essencialmente em trabalho de fiabilidade, deixando a performance um pouco de lado. A par da Mercedes, foi a equipa que mais voltas fez, o que é um bom sinal. Mas na tabela de tempos não se viu nada de espantoso.
Conclusão
McLaren e Ferrari parecem partir na frente, com Mercedes e Red Bull por perto e com a Williams a prometer bater-se com a Alpine pelo top 5. Aston Martin aparece mais abaixo, talvez a par da RB, seguindo-se a Haas e no fundo da potencial ordem competitiva, a Sauber. Se esta ordem será a que vamos ver em Melbourne… termos de esperar para ver. Com ainda duas semanas antes da primeira prova do ano, pode haver surpresas a caminho. O que parece garantido é uma época competitiva de inicio ao fim, com as diferenças entre equipas a serem diminutas como vimos no final de 2024. O espetáculo parece garantido.
Fotos: Philippe NanchinoThe post F1: Os números e as conclusões do teste do Bahrein first appeared on AutoSport.