Estudo revoluciona teoria do aprendizado humano e pode tratar Alzheimer
A descoberta é importante porque indica que o aprendizado humano ocorre por uma série de regras de neuroplasticidade. Entenda! The post Estudo revoluciona teoria do aprendizado humano e pode tratar Alzheimer appeared first on Giz Brasil.

Em um novo estudo, cientistas da Universidade da Califórnia de San Diego, nos Estados Unidos, descobriram detalhes surpreendentes sobre o cérebro e que desafiam teorias anteriores sobre o aprendizado humano.
O que é o aprendizado?
O aprendizado é como o cérebro humano se adapta e reorganiza em resposta a novas informações. O modo como aprendemos está diretamente ligado ao cérebro modificando suas redes neurais para facilitar o comportamento e a retenção de memória. Tal processo ocorre durante as sinapses, as junções onde os neurônios se comunicam.
No aprendizado humano, algumas sinapses ficam mais fortes, enquanto outras se enfraquecem. Esse processo é a plasticidade sináptica. A plasticidade sináptica é, responsável, portanto, por resultados comportamentais mais amplos, que, por sua vez, influenciam o aprendizado humano.
Apesar de não ser desconhecido, neurocientistas ainda não compreendem totalmente os mecanismos que determinam mudanças nas sinapses.
Mas, agora, um estudo publicado na revista Science, no último dia 17, revelou detalhes cruciais sobre esse processo e como o aprendizado humano é diferente do que se pensava.
No estudo, os cientistas realizaram imagens microscópicas de dois fótons para observar atividade sináptica no cérebro de ratos em atividades de aprendizado.
As imagens em alta resolução mostraram mudanças de sinapses individuais em tempo real, desafiando a teoria de que plasticidade sináptica segue uma única regra uniforme no cérebro.
De acordo com o estudo, diferentes sinapses em um mesmo neurônio podem seguir diferentes regras simultaneamente.
A descoberta é importante porque indica que o aprendizado humano ocorre por uma série de regras de neuroplasticidade operando em paralelo com neurônios individuais.

Neurônios no córtex cerebral de um dos ratos do estudo. Imagem: UC San Diego/Divulgação
“Nosso estudo fornece um entendimento melhor sobre como as sinapses se modificam durante o aprendizado, com possíveis implicações importantes à saúde, pois muitas doenças cerebrais envolvem alguma forma de disfunção sináptica”, disse William “Jake” Wright, principal autor do estudo, em comunicado.
Nova teoria de aprendizado humano pode revolucionar tratamento de Alzheimer
De acordo com Wright, o estudo não revoluciona somente a teoria sobre o aprendizado humano, mas traz impactos diversos, desde o tratamento de Alzheimer à inteligência artificial.
Segundo os cientistas, a descoberta de que neurônios operam simultaneamente sob múltiplas regras de aprendizado oferecem um novo modelo para compreender a formação do comportamento humano.
“Geralmente, as redes neurais dos modelos de linguagem neural das IA seguem o padrão de regras anterior, mas este estudo revela novas formas de desenvolver sistemas avançados de IA usando múltiplas regras em unidades individuais”, afirmam os cientistas.
Além disso, o estudo pode resultar em novos tratamentos para transtornos neurológicos e comportamentais ligados a disfunções sinápticas. Isso inclui condições como vício, Alzheimer, transtorno de stress pós-traumático e autismo.
Para a inteligência artificial, o estudo pode ampliar as capacidades das redes neurais das IA ao imitar a maneira como o cérebro, de fato, opera.
Agora, o próximo passo dos cientistas é explorar como os neurônios obedecem múltiplas regras e quais as vantagens desse mecanismo na forma como aprendemos e memorizamos informações.
The post Estudo revoluciona teoria do aprendizado humano e pode tratar Alzheimer appeared first on Giz Brasil.