Estudo identifica 13 corpos d'água da bacia do Rio Piracicaba com oxigênio insuficiente para vida aquática; veja quais são
Foram avaliados 2.200 parâmetros de qualidade da água em dois pontos do Rio Piracicaba e 20 córregos afluentes dele. Destes, 128 estavam em desacordo com normas do Conama. Estimativa é de que resultados saiam no final de 2025 Rafael Lazzari Smaira A primeira etapa de um diagnóstico ambiental identificou que 13 corpos d'água da bacia do Rio Piracicaba possuem oxigênio insuficiente para manutenção da vida aquática. A iniciativa é uma resposta à tragédia ambiental que atingiu um trecho de 70 quilômetros do corpo d'água, incluindo um santuário de animais, e levou à morte de 235 mil peixes, em julho de 2024. A análise foi realizada a partir de amostras coletadas, na primeira semana de dezembro de 2024, em 20 córregos da cidade e dois pontos do Rio Piracicaba. LEIA TAMBÉM: Entenda expedição científica que vai mapear DNA de espécies após tragédia ambiental no Rio Piracicaba Mapeamento de DNA vai estimar capacidade de recuperação de espécies Diagnóstico ambiental mostra nível de poluição preocupante na bacia do Rio Piracicaba O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida aquática, estabelecido por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), é de 5,0 miligramas por litro (mg/L). Nas amostras analisadas, 13 estão abaixo desse limite. Confira no gráfico abaixo: Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), existe uma variação na tolerância de espécie para espécie. As carpas, por exemplo, conseguem suportar concentrações de OD de 3,0 mg/L, sendo que a carpa comum chega até mesmo a sobreviver por até seis meses em águas frias e sem nenhum oxigênio dissolvido. Já as trutas necessitam de uma concentração em torno de 8,0 mg/L. Presença de matéria orgânica ⚠️ Uma das causas para redução do oxigênio na água é a presença de matéria orgânica. De acordo com a Cetesb, durante a degradação dessa matéria, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução de sua concentração no meio. “Seja a alga, seja o esgoto, que tem bactérias, eles retiram esse oxigênio [das águas]. Ele [peixe] morre porque faltou oxigênio. Pra tirar o nosso rio da UTI, a gente precisa primeiro tirar a carga orgânica de lá. Pra depois entender o fósforo, o nitrogênio, que a gente sabe também que causam problemas. Mas a DBO precisa ser retirada rapidamente dos nossos rios", explica Sérgio Razera, diretor-presidente da Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Mapa com primeiros dados de diagnóstico da bacia do Rio Piracicaba Reprodução Níveis de coliformes fecais 24 vezes acima do limite


Foram avaliados 2.200 parâmetros de qualidade da água em dois pontos do Rio Piracicaba e 20 córregos afluentes dele. Destes, 128 estavam em desacordo com normas do Conama. Estimativa é de que resultados saiam no final de 2025 Rafael Lazzari Smaira A primeira etapa de um diagnóstico ambiental identificou que 13 corpos d'água da bacia do Rio Piracicaba possuem oxigênio insuficiente para manutenção da vida aquática. A iniciativa é uma resposta à tragédia ambiental que atingiu um trecho de 70 quilômetros do corpo d'água, incluindo um santuário de animais, e levou à morte de 235 mil peixes, em julho de 2024. A análise foi realizada a partir de amostras coletadas, na primeira semana de dezembro de 2024, em 20 córregos da cidade e dois pontos do Rio Piracicaba. LEIA TAMBÉM: Entenda expedição científica que vai mapear DNA de espécies após tragédia ambiental no Rio Piracicaba Mapeamento de DNA vai estimar capacidade de recuperação de espécies Diagnóstico ambiental mostra nível de poluição preocupante na bacia do Rio Piracicaba O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida aquática, estabelecido por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), é de 5,0 miligramas por litro (mg/L). Nas amostras analisadas, 13 estão abaixo desse limite. Confira no gráfico abaixo: Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), existe uma variação na tolerância de espécie para espécie. As carpas, por exemplo, conseguem suportar concentrações de OD de 3,0 mg/L, sendo que a carpa comum chega até mesmo a sobreviver por até seis meses em águas frias e sem nenhum oxigênio dissolvido. Já as trutas necessitam de uma concentração em torno de 8,0 mg/L. Presença de matéria orgânica ⚠️ Uma das causas para redução do oxigênio na água é a presença de matéria orgânica. De acordo com a Cetesb, durante a degradação dessa matéria, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução de sua concentração no meio. “Seja a alga, seja o esgoto, que tem bactérias, eles retiram esse oxigênio [das águas]. Ele [peixe] morre porque faltou oxigênio. Pra tirar o nosso rio da UTI, a gente precisa primeiro tirar a carga orgânica de lá. Pra depois entender o fósforo, o nitrogênio, que a gente sabe também que causam problemas. Mas a DBO precisa ser retirada rapidamente dos nossos rios", explica Sérgio Razera, diretor-presidente da Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Mapa com primeiros dados de diagnóstico da bacia do Rio Piracicaba Reprodução Níveis de coliformes fecais 24 vezes acima do limite