Entrevista a Ricardo Teodósio: “No Toyota senti-me como peixe na água, o carro é fantástico”
Após três anos na Hyundai, Ricardo Teodósio volta este ano a ter um projeto pessoal, e mais uma vez apostou forte ao assegurar um dos três Toyota GR Yaris Rally2 que vamos ter este ano no Campeonato de Portugal de Ralis, um para o algarvio, outro para o açoriano Rúben Rodrigues e o carro oficial, […] The post Entrevista a Ricardo Teodósio: “No Toyota senti-me como peixe na água, o carro é fantástico” first appeared on AutoSport.

Após três anos na Hyundai, Ricardo Teodósio volta este ano a ter um projeto pessoal, e mais uma vez apostou forte ao assegurar um dos três Toyota GR Yaris Rally2 que vamos ter este ano no Campeonato de Portugal de Ralis, um para o algarvio, outro para o açoriano Rúben Rodrigues e o carro oficial, para Kris Meeke. Teodósio já testou a nova máquina e está no mínimo, empolgado! Depois de ter sido Campeão em 2019 e 2021, ambos com o Skoda, e em 2023, já com o Hyundai, agora é a vez de ir à luta com o Toyota.
Depois de três anos de Hyundai, como te sentiste com o Toyota?
“Como peixe na água! Ó pá, o carro é fantástico! É fácil de guiar, o carro é bom. Pisa muito bem no chão, mesmo no mau piso. O carro é tão bom que até faz impressão…”
O que é que gostas mais no carro?
A tração que ele tem, e o como pisa. O carro faz-me lembrar muito o Skoda. Logo no primeiro contacto que tive com ele, fiz 6 km, o engenheiro perguntou-me que tal? É pá, isto parece muito com o Skoda. A condução é muito mais precisa com o Skoda do que com o Hyundai. E eu gostava muito de conduzir o Hyundai. Continuo a dizer isto, eu gostava muito de conduzir o Hyundai. Mas o problema não é o que se conduz, mas a produtividade do material.
E o problema do Hyundai é que mete a potência no chão, mas muitas das vezes anda com uma roda no ar e ‘aquilo’ é para andar com as quatro rodas no chão. Ao andar com uma roda no ar, estás sempre a perder tração.
Por muito mais que se tenham uns autoblocantes bons, que aquilo tudo seja bom, temos esse problema porque anda com uma roda no ar e patina. E assim não anda para a frente, não faz o carro andar…”
Pois, e tudo isso depois reflete-se no cronómetro, como é lógico…
“Reflete-se em tempo e o problema do Hyundai é esse. É a tração. Mais nada. O carro tem um bom motor. Eu gosto muito do chassis, o problema era a tração, pôr a tração no chão. Não punha e este Toyota, apesar do motor ter só três cilindros, o feedback que dá, é muito bom! A informação que te passa é muito boa. Tu vais ‘na boa’, tranquilo e o carro está sempre no chão, dás ‘gás’ e ele anda para a frente. É diferente! É completamente diferente do outro carro…”
Já se calculava que a Toyota tivesse construído um bom carro, bastou ver o WRC2 no ano passado para perceber que o carro é bom, mas o mais curioso é que te sentas no carro, guias um bocado e ficas espantado, o carro serviu-te basicamente como uma luva..
“Eu peguei no carro, sentei-me dentro do carro, fiquei logo bem ‘encaixadinho’. Não tive que estar a mexer na posição do banco. Sentei-me, e a única coisa que tive que fazer foi puxar o banco e o volante ligeiramente para baixo, e ainda o display, pois com as ‘luzinhas’ que estão por trás do volante, eu não as conseguia ver bem.
Empurrei para dentro mais um bocado e consegui ficar com uma visão melhor.
E depois fui andar, não fui cá ver, experimentar, não, foi logo andar depressa. Porque o carro transmite muito boas informações e o feeling que dá é espetacular.”
Em termos de pilotagem, há alguma coisa que tu tenhas gostado menos?
(depois de longos segundos…) É difícil, tens que pensar no assunto…
“Não. Não tenho nada para dizer. Aquilo bate tudo tão certinho, encaixa tudo tão bem, que é difícil lembrar-me de alguma uma coisa mal. Não quero dizer com isso que não existam coisas que requeiram maior habituação, eu posso não ter extraído ainda o máximo daquilo. Mas se eu tentei, tentei! Já fiz, já fiz algumas ‘avarias’ com ele. Experimentei atirar-me por dentro das curvas, assim um bocadinho mais que a conta certa, para ver o que é fazia, e ele comporta-se excelentemente bem…”
Onde foi o teste e mais ou menos quantos quilómetros fizeste?
Fizemos para aí 50 km, e testámos em Vieira do Minho e depois em Fafe, em São Pedro…
O que é que muda este ano em termos de equipa, obviamente, continuas na Sports & You, mas em tudo o resto, como é que fica?
A Sports & You trata do carro. Tenho o engenheiro que eu tinha desde há dois anos, o Maurizio Merlo, o italiano, o mesmo engenheiro que está comigo. Depois tenho, como chefe de carro nas provas, o Orlando Lourenço, que estes da Peugeot Portugal e na Hyundai Motorsport, temos uma boa ligação de há muitos anos.
Depois, o meu amigo Sérgio Valdemar, da Madeira, que já estava comigo há 2 anos também. É mecânico, mas é também um ‘faz tudo’. Já esteve a trabalhar no carro com o Orlando e com o Wilson, o rapaz que vai ser o responsável do carro, já esteve na Hyundai Motorsport e também na Racing 4You. E ainda o Meireles, um rapaz também já com bastante experiência. Esta vai ser a minha equipa de engenheiros e mecânicos.”
Qual é o teu objetivo para este ano? Tendo em conta que o plantel está ‘bravo’…
“Sim, o plantel está ‘bravíssimo’. É ir lá e fazer o melhor possível, tentar ganhar ralis. Não tentar ser o melhor português, mas sim o melhor. Eu sei que não é fácil, tenho plena consciência disso. Sei que o Sordo é difícil com o Meeke igual, mas já lhe consegui ganhar uns troços, portanto não é impossível. Em Fafe vamos ter também o Martin Sesks, com um Ford, é outro mundialista rápido.
E depois todo o ‘pessoal’ com os Rally2, o Armindo Araújo, o Zé Pedro Fontes, o Pedro Meireles vem de Skoda, o Ruben Rodrigues, temos que contar com ele, também o Pedro Almeida, de Skoda novo, não podemos descurar ninguém. Vamos contar com todos. Mas vai ser um campeonato muito, muito, engraçado, talvez um dos mais fortes dos últimos anos, ou o mais forte de todos. Vamos ver, vai ser engraçado e assim é que tem que ser. Temos a ganhar é com os que são rápidos, fortes.”
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