Entenda os impactos do envelhecimento na saúde aos 60 anos e além

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) identificaram que os efeitos do envelhecimento se tornam mais evidentes após os 60 anos, afetando principalmente o controle da frequência cardíaca e a aptidão cardiorrespiratória. A pesquisa, que envolveu 118 indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias, sugere que, aos 60 anos, o organismo começa a sofrer mudanças significativas nesses aspectos, refletindo as complexas transformações do envelhecimento.

Efeitos no controle da frequência cardíaca

De acordo com os dados, a partir dos 60 anos, é possível observar uma piora no controle da frequência cardíaca em repouso, o que indica uma modulação autonômica cardíaca mais desregulada. Essa condição está relacionada a um aumento na modulação simpática e à diminuição da atividade parassimpática do coração, fator que contribui para o aumento do estresse no organismo. Tais alterações impactam diretamente na aptidão cardiorrespiratória, que é a capacidade do corpo de captar, transportar e consumir oxigênio durante atividades físicas.

Além disso, o estudo revelou que as alterações metabólicas também ganham destaque. A concentração de substâncias no sangue, como o ácido hipúrico, parece estar associada a mecanismos homeostáticos que ajudam a mitigar alguns dos efeitos prejudiciais do envelhecimento. O aumento significativo desse metabólito, entre 60 e 70 anos, pode ter um papel protetor ao promover a diversidade da microbiota intestinal e melhorar a absorção de nutrientes.

• Entenda os riscos da falta de vitamina B12 no sangue e nos nervos
• Mackenzie oferece diferentes cursos gratuitos com certificado; saiba como se inscrever
• Como fazer suco detox simples e eficiente no dia a dia
• Caltech oferece cursos online gratuitos com professores da Nasa

Novos caminhos para mitigar os efeitos do envelhecimento

Outra descoberta importante foi a redução de aminoácidos essenciais no sangue, como os BCAAs (valina, leucina e isoleucina). A diminuição desses aminoácidos está diretamente ligada à atividade anabólica, que decai com a idade, refletindo a estratégia do corpo para preservar a energia. Contudo, o impacto dessa redução ainda é debatido, e pesquisas sugerem que, embora a suplementação de BCAAs possa ajudar na síntese proteica, seu uso deve ser cauteloso para evitar complicações como o câncer.

A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, foi financiada pela FAPESP e é uma contribuição valiosa para o entendimento do envelhecimento de forma integrada, ao investigar simultaneamente o metabolismo, a modulação autonômica cardíaca e a aptidão cardiorrespiratória.