Émilie Dequenne, atriz premiada no Festival de Cannes, morre de câncer aos 43 anos
Estrela belga venceu troféus por "Rosetta" e "Perder a Razão", e teve carreira marcada por papéis de destaque no cinema francês


Reconhecimento aos 17 anos
A atriz belga Émilie Dequenne morreu no domingo (16/3) aos 43 anos, em decorrência de um câncer raro, segundo comunicado de sua família e de seu agente. Ela estava internada no hospital Gustave Roussy de Villejuif, nos arredores de Paris.
Dequenne ficou conhecida internacionalmente aos 17 anos, quando estrelou “Rosetta” (1999), dos irmãos Dardenne. O papel lhe garantiu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes e abriu caminho para uma carreira consolidada no cinema francês.
Outros sucessos e prêmios
Ela emendou papéis em filmes de sucesso como o terror “O Pacto dos Lobos” (2001) e a comédia “Não é Meu Tipo” (2014), voltando a ser premiada em Cannes pela atuação em “Perder a Razão” (2012), de Joachim Lafosse, desta vez na mostra Um Certo Olhar. Em 2021, ainda venceu o César de Melhor Atriz Coadjuvante por “Amores Infiéis”, de Emmanuel Mouret.
A atriz também estrelou a 1ª temporada da série britânica “The Missing” em 2014, como um policial que conforta uma família em férias na França, após o desaparecimento de seu filho pequeno. Originalmente uma minissérie, a produção virou um fenômeno de audiência, ganhou novas temporadas e até um spin-off.
Últimos trabalhos e doença
Em outubro de 2023, revelou que havia sido diagnosticada com carcinoma adrenocortical, um câncer raro da glândula suprarrenal, cuja incidência anual é estimada entre um a dois casos por milhão de habitantes. Em 2024, Dequenne retornou ao Festival de Cannes para celebrar os 25 anos de sua conquista com “Rosetta” e se despedir com “Survive”, seu último filme, um drama de desastre falado em inglês. Pouco depois, a doença interrompeu sua carreira.
Homenagens
A ministra da Cultura da França, Rachida Dati, lamentou a morte da atriz. “Todos nós fomos marcados pelas suas interpretações profundamente comoventes em papéis poderosos. O cinema francês perdeu, demasiado cedo, uma atriz talentosa que ainda tinha muito para oferecer”, declarou no X.
Até a corporação de bombeiros franceses prestou homenagem à artista, destacando sua atuação no filme “Les Hommes du Feu” (2017). “Ela vestiu na perfeição o uniforme de bombeiro”, publicou o grupo na rede social.