Em delação, Cid confirma que recebeu dinheiro de Braga Netto no Alvorada

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi questionado, durante depoimento, se recebeu valores dentro de uma sacola de vinho. Segundo ele, dinheiro foi repassado para Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo 'kids pretos'. Mauro Cid deixa STF após audiência com Alexandre de Moraes, em 21 de novembro de 2024 Fellipe Sampaio/STF via Reuters O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), confirmou ter recebido do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Braga Netto dinheiro, dentro de uma sacola de vinho, no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. A afirmação do militar está em um dos depoimentos que Cid prestou a autoridades no contexto de sua colaboração premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes derruba sigilo de delação de Mauro Cid "O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada, até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo na próprio Alvorada", contou Cid na ocasião. O ex-ajudante de ordens, contudo, afirmou não se lembrar o dia, ou saber da quantia no pacote. "Eu não sei dizer o valor porque estava na casa, estava lacrado, não mexi, porque ele me entregou eu passei para ele", completou Cid. Em outro momento do depoimento, Cid descreveu o pacote que recebeu de Braga Netto. "Ele me entregou um, era tipo uma coisinha de vinho assim, de presente de vinho, com dinheiro. Eu não contei, não sei quanto, estava grampeado e, aí, o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro. Então, eu peguei o dinheiro e passei para o [Rafael Martins] de Oliveira", prosseguiu. O tenente-coronel mencionou também a reunião realizada em 28 de novembro de 2022, com oficiais formados no Curso de Forças Especiais – os chamados "kids pretos". Segundo Cid, no encontro havia "militares mais exaltados, outros menos", mas ele não soube dizer quem estava em cada lado.

Fev 19, 2025 - 19:17
 0
Em delação, Cid confirma que recebeu dinheiro de Braga Netto no Alvorada

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi questionado, durante depoimento, se recebeu valores dentro de uma sacola de vinho. Segundo ele, dinheiro foi repassado para Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo 'kids pretos'. Mauro Cid deixa STF após audiência com Alexandre de Moraes, em 21 de novembro de 2024 Fellipe Sampaio/STF via Reuters O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), confirmou ter recebido do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Braga Netto dinheiro, dentro de uma sacola de vinho, no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. A afirmação do militar está em um dos depoimentos que Cid prestou a autoridades no contexto de sua colaboração premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes derruba sigilo de delação de Mauro Cid "O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada, até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo na próprio Alvorada", contou Cid na ocasião. O ex-ajudante de ordens, contudo, afirmou não se lembrar o dia, ou saber da quantia no pacote. "Eu não sei dizer o valor porque estava na casa, estava lacrado, não mexi, porque ele me entregou eu passei para ele", completou Cid. Em outro momento do depoimento, Cid descreveu o pacote que recebeu de Braga Netto. "Ele me entregou um, era tipo uma coisinha de vinho assim, de presente de vinho, com dinheiro. Eu não contei, não sei quanto, estava grampeado e, aí, o [Rafael Martins] de Oliveira veio buscar o dinheiro. Então, eu peguei o dinheiro e passei para o [Rafael Martins] de Oliveira", prosseguiu. O tenente-coronel mencionou também a reunião realizada em 28 de novembro de 2022, com oficiais formados no Curso de Forças Especiais – os chamados "kids pretos". Segundo Cid, no encontro havia "militares mais exaltados, outros menos", mas ele não soube dizer quem estava em cada lado.