Eleições não são um “estorvo”. A reação dos partidos

Pedro Nuno Santos disse que “é preciso escolher um governo que não esteja a prazo”, na primeira reação dos socialistas à declaração do Presidente da República ao país, onde anunciou a decisão de dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas para 18 de maio. Por outro lado, o líder do Chega interpretou que Marcelo Rebelo […]

Mar 13, 2025 - 23:47
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Eleições não são um “estorvo”. A reação dos partidos

Pedro Nuno Santos disse que “é preciso escolher um governo que não esteja a prazo”, na primeira reação dos socialistas à declaração do Presidente da República ao país, onde anunciou a decisão de dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas para 18 de maio.

Por outro lado, o líder do Chega interpretou que Marcelo Rebelo de Sousa tinha apontado o dedo ao primeiro-ministro pela crise política, causa pela apresentação, e chumbo, da moção de confiança apresentada pelo Governo. O chefe de Estado foi “muito claro”, disse André Ventura.

Também os liberais, pela voz de Mariana Leitão, consideraram que Marcelo tinha feito um diagnóstico correto, em que “é óbvio que tudo aquilo que se viveu nos últimos tempos fragiliza o primeiro-ministro”.

o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, afirmou que a atual crise é da “inteira e exclusiva responsabilidade das oposições” por rejeitarem uma moção de confiança “numa escalada destrutiva completamente irresponsável”.

“É preciso escolher um governo que não esteja a prazo”

O secretário-geral do PS avisou que “o momento é grave” e que “mais do que uma escolha momentânea” há agora que escolher “um governo duradouro com condições para que não esteja a prazo”. Aliás, sublinhou, “será entre o PS e o PSD que se vai decidir a saúde” da democracia e “o desenvolvimento” do país.

Para Pedro Nuno Santos, a ida às urnas é uma “oportunidade de clarificação”. Está em causa a “escolha entre dois projetos e duas lideranças, e a confiança no projeto depende da confiança na liderança”, assinalou. E deixou claro que levará para a campanha eleitoral a questão da transparência e ética.

“Agora temos eleições e elas não podem ser encaradas como um estorvo, um problema da nossa democracia”, sustentou. Para o secretário-geral do PS, este governo não entrou esta semana em gestão, mas sim, “quando se esgotou o excedente orçamental”.

Crise é da responsabilidade da oposição, diz CDS-PP

O líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, referiu que a atual crise é da “inteira e exclusiva responsabilidade das oposições” por rejeitarem uma moção de confiança “numa escalada destrutiva completamente irresponsável”. Aliás, acusou: “É o vale tudo no bota-abaixo”.

Paulo Núncio frisou estar “absolutamente convencido” de que os portugueses “acabarão por reconduzir este Governo”. Aliás, “os portugueses têm duas opções nas próximas eleições: ou votam na irresponsabilidade das oposições ou então votam na recondução de um bom Governo que governou bem no último ano”.

Comprometeu-se com uma “campanha eleitoral serena, civilizada, decente”, apelando aos “partidos dos extremos” que “consigam elevar o debate”.

Chega satisfeito por Marcelo culpar Montenegro

Já o presidente do Chega, André Ventura, referiu que, durante o seu discurso ao país, o Presidente da República assumiu que a crise política é da responsabilidade do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e que “foi muito claro” ao apontar o dedo a Luís Montenegro e não nos partidos da oposição.

Basta ouvir atentamente o que disse hoje o Presidente da República e acho que fica muito claro que a responsabilidade do primeiro-ministro Luís Montenegro não foi acautelada, que não esteve ao nível e à altura das circunstâncias e que, sobretudo, não soube aplicar para si aquilo que sempre aplicou para os outros”, referiu André Ventura, em reação à declaração de Marcelo Rebelo de Sousa.

André Ventura comprometeu-se a levar para a campanha eleitoral os temas que interessam aos portugueses, como a “crise de habitação dos que não conseguem comprar casa” ou a “luta contra a corrupção”. Assegurou ainda que não se vai centrar na “falta de integridade do primeiro-ministro ou das suspeitas”.

IL fará “campanha pela positiva”

Para Mariana Leitão, líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL), Marcelo Rebelo de Sousa fez um correto diagnóstico sobre a atual situação política. E afirmou que “é óbvio que tudo aquilo que se viveu nos últimos tempos fragiliza o primeiro-ministro”.

“Por isso mesmo também é que entrámos neste cenário de eleições antecipadas, mas agora temos dois meses pela frente, queremos fazer uma campanha pela positiva, queremos apresentar soluções aos portugueses, é esse o compromisso da Iniciativa Liberal”, comprometeu-se.

A também candidata presidencial assegurou que os liberais farão uma “campanha pela positiva, focada em apresentar soluções” de modo a “devolver a esperança e a ambição aos portugueses”.