Droga que retarda a progressão do Alzheimer em estágios iniciais é aprovada pela Anvisa

O medicamento Kisunla (donanemabe) já pode ser distribuído e utilizado em território nacional. Seu uso é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes. Kisunla, novo medicamento aprovado nos Estados Unidos retarda a progressão do Alzheimer em 60% nos estágios iniciais. Eli Lilly and Company via AP A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Kisunla (donanemab), indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve ou/e demência leve associados à doença de Alzheimer em pacientes adultos portadores do gene da apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4). O medicamento já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, dentro das indicações e limites aprovados pela agência. O remédio já havia sido aprovado pela FDA, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, em julho de 2024. Na época, segundo a fabricante, as injeções da droga reduziram em 61% as placas amiloides - que destroem neurônios quando acumuladas em excesso- durante seis meses de tratamento, em 80% aos 12 meses e 84% aos 18 meses. Fora isso, o medicamento também se mostrou eficaz em retardar o declínio cognitivo e funcional em até 35% (em comparação com placebo) durante 18 meses de tratamento. A Kisunla (donanemabe) é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença. O uso do medicamento é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios. Eventos adversos As reações adversas mais comuns do medicamento são reações relacionadas à infusão (que podem causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe), dores de cabeça e anormalidade relacionadas a proteína amilóide. Em estudos controlados por placebo, a incidência de proteína amilóide foi menor em não portadores e heterozigotos do que em homozigotos. Como acontece com qualquer medicamento, a Anvisa irá monitorar a segurança e a efetividade do donanemabe. Serão implementadas atividades de minimização de risco para o donanemabe em conformidade com Plano de Minimização de Riscos aprovado. Apresentação e dosagem O produto é uma solução para diluição para infusão. Ele será comercializado em embalagem contendo 1 frasco-ampola de 20mL com 1 unidade por apresentação. Cada dose de 20 mL é composta por 350 mg de substância ativa donanemabe. Ou seja, cada mL do produto possui 17,5 mg de donanemabe. A dose recomendada de Kisunla é de: 700 mg a cada 4 semanas para as 3 primeiras doses seguidas de 1400 mg a cada 4 semanas, até a depuração da placa amiloide cerebral ou por até 18 meses, para os casos em que o monitoramento da depuração da placa amiloide com método validado não seja possível. Avaliação em estudo com 1.736 pacientes O donanemabe foi avaliado em um estudo principal envolvendo 1.736 pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e evidências de patologia amiloide. O estudo analisou alterações na cognição e na função cerebral dos pacientes, medidas por ferramentas clínicas como a Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer. No estudo, os pacientes receberam 700 mg de donanemabe a cada 4 semanas nas 3 primeiras doses e, depois, 1400 mg a cada 4 semanas (860 pacientes) ou placebo (uma infusão simulada, 876 pacientes), por até 72 semanas. Na semana 76 do estudo, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa na doença em comparação aos pacientes tratados com placebo. O tratamento com donanemabe, tanto em portadores gene da apolipoproteína E4 quanto em não portadores, foi associado a um menor declínio nas pontuações da Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer e Escala Clínica de Avaliação da Demência e a uma redução significativa na placa amiloide em comparação com o placebo. LEIA TAMBÉM: Droga que retarda a progressão do Alzheimer em estágios iniciais é aprovada pela FDA A misteriosa ligação entre herpes e o mal de Alzheimer Estudo liderado por brasileiro mostra impacto de gene nas relações sociais

Abr 23, 2025 - 20:45
 0
Droga que retarda a progressão do Alzheimer em estágios iniciais é aprovada pela Anvisa

O medicamento Kisunla (donanemabe) já pode ser distribuído e utilizado em território nacional. Seu uso é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes. Kisunla, novo medicamento aprovado nos Estados Unidos retarda a progressão do Alzheimer em 60% nos estágios iniciais. Eli Lilly and Company via AP A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Kisunla (donanemab), indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve ou/e demência leve associados à doença de Alzheimer em pacientes adultos portadores do gene da apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4). O medicamento já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, dentro das indicações e limites aprovados pela agência. O remédio já havia sido aprovado pela FDA, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, em julho de 2024. Na época, segundo a fabricante, as injeções da droga reduziram em 61% as placas amiloides - que destroem neurônios quando acumuladas em excesso- durante seis meses de tratamento, em 80% aos 12 meses e 84% aos 18 meses. Fora isso, o medicamento também se mostrou eficaz em retardar o declínio cognitivo e funcional em até 35% (em comparação com placebo) durante 18 meses de tratamento. A Kisunla (donanemabe) é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença. O uso do medicamento é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios. Eventos adversos As reações adversas mais comuns do medicamento são reações relacionadas à infusão (que podem causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe), dores de cabeça e anormalidade relacionadas a proteína amilóide. Em estudos controlados por placebo, a incidência de proteína amilóide foi menor em não portadores e heterozigotos do que em homozigotos. Como acontece com qualquer medicamento, a Anvisa irá monitorar a segurança e a efetividade do donanemabe. Serão implementadas atividades de minimização de risco para o donanemabe em conformidade com Plano de Minimização de Riscos aprovado. Apresentação e dosagem O produto é uma solução para diluição para infusão. Ele será comercializado em embalagem contendo 1 frasco-ampola de 20mL com 1 unidade por apresentação. Cada dose de 20 mL é composta por 350 mg de substância ativa donanemabe. Ou seja, cada mL do produto possui 17,5 mg de donanemabe. A dose recomendada de Kisunla é de: 700 mg a cada 4 semanas para as 3 primeiras doses seguidas de 1400 mg a cada 4 semanas, até a depuração da placa amiloide cerebral ou por até 18 meses, para os casos em que o monitoramento da depuração da placa amiloide com método validado não seja possível. Avaliação em estudo com 1.736 pacientes O donanemabe foi avaliado em um estudo principal envolvendo 1.736 pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e evidências de patologia amiloide. O estudo analisou alterações na cognição e na função cerebral dos pacientes, medidas por ferramentas clínicas como a Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer. No estudo, os pacientes receberam 700 mg de donanemabe a cada 4 semanas nas 3 primeiras doses e, depois, 1400 mg a cada 4 semanas (860 pacientes) ou placebo (uma infusão simulada, 876 pacientes), por até 72 semanas. Na semana 76 do estudo, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa na doença em comparação aos pacientes tratados com placebo. O tratamento com donanemabe, tanto em portadores gene da apolipoproteína E4 quanto em não portadores, foi associado a um menor declínio nas pontuações da Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer e Escala Clínica de Avaliação da Demência e a uma redução significativa na placa amiloide em comparação com o placebo. LEIA TAMBÉM: Droga que retarda a progressão do Alzheimer em estágios iniciais é aprovada pela FDA A misteriosa ligação entre herpes e o mal de Alzheimer Estudo liderado por brasileiro mostra impacto de gene nas relações sociais