Do que precisam as empresas na rota para o crescimento
Empresas em Portugal enfrentam desafios como burocracia e falta de mão de obra. No evento organizado pelo JE em Braga, pediram-se reformas urgentes e mais apoio às PME.

As empresas nacionais enfrentam uma série de desafios que, apesar de persistirem ao longo dos anos, continuam a exigir atenção urgente. Questões como a escassez de mão de obra qualificada, a carga fiscal elevada, a burocracia excessiva, a lentidão dos processos de licenciamento, a morosidade da justiça e os crescentes custos, especialmente no setor energético, são obstáculos que dificultam o crescimento sustentável. Durante o painel “Do que precisam as empresas para crescer?”, inserido na Rota do Crescimento em Braga, profissionais de diversos setores debateram as dificuldades que enfrentam ao tentar expandir suas operações.
António Guimarães, CEO da Soguima, iniciou a discussão com uma crítica à desconexão entre o ritmo das empresas e o da administração pública. Questionou como é aceitável esperar um ano por uma decisão da Câmara Municipal, destacando que muitas vezes as decisões empresariais são tomadas sem a resposta das autoridades. “Os nossos prazos não coincidem com os da administração, e não somos nós que nos devemos adaptar, mas sim a administração”, afirmou, ressaltando a frustração de empresários que sentem que as suas vozes não são ouvidas.
José Bárbara, sócio-gerente da KrofTOOLS, endossou essa preocupação, mencionando que a espera prolongada por decisões administrativas impede a agilidade necessária nas operações empresariais. Ricardo Salgado, vice-presidente da Associação Empresarial do Minho, acrescentou que existe um “desajuste” na formação profissional, especialmente em setores críticos como a saúde, onde a escassez de profissionais é agravada pela falta de abertura de novas vagas em universidades. Destacou que muitos dos problemas poderiam ser resolvidos com vontade política, que parece faltar. “Muda o Governo, mudam os ministros, mas tudo permanece inalterado”, criticou, enfatizando a necessidade de um desígnio nacional claro para fomentar o crescimento.
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