Dividendos em ‘promoção’? Empiricus vê oportunidade na queda das ações da Petrobras (PETR4) e inclui a estatal na carteira

Resultados do 4T24, preocupação com o futuro dos dividendos e preço do petróleo pesaram sobre as ações da Petrobras; saiba por que isso pode ser uma oportunidade para comprar os papéis O post Dividendos em ‘promoção’? Empiricus vê oportunidade na queda das ações da Petrobras (PETR4) e inclui a estatal na carteira apareceu primeiro em Empiricus.

Mar 13, 2025 - 20:57
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Dividendos em ‘promoção’? Empiricus vê oportunidade na queda das ações da Petrobras (PETR4) e inclui a estatal na carteira

As ações da Petrobras (PETR4) despencaram mais de 10% desde a divulgação dos resultados referentes ao quarto trimestre de 2024 (4T24), no dia 26 de fevereiro.

Se em um primeiro momento o balanço e as preocupações relacionadas ao futuro dos dividendos da companhia pesaram sobre os papéis, a queda do petróleo que veio na sequência empurrou ainda mais para baixo as cotações das ações PETR3 e PETR4

Enquanto muitos investidores viram a queda com preocupação – tanto pela desvalorização em si quanto pelos possíveis sinais relacionados aos dividendos –, a Empiricus Research viu uma oportunidade de entrar nas ações da Petrobras a preços mais atrativos.

No dia seguinte ao balanço, enquanto o mercado reagia mal ao resultado, os analistas da casa enviaram uma recomendação de compra de PETR4 aos assinantes da série da casa voltada para dividendos, Vacas Leiteiras.  

Por que a queda de PETR4 pode ser uma oportunidade?

Na visão do analista Ruy Hungria, da Empiricus, os resultados, em si, foram em linha com as expectativas, porém afetados por efeitos não recorrentes. 

“Tiveram descomissionamentos de plataformas, e são sempre gastos bem grandes, além de efeitos não caixa [que não geram movimento real de dinheiro] sobre a variação da dívida da companhia, em dólar, e alguns impairments. Se excluir esses efeitos não recorrentes, chegamos em um resultado parecido com o esperado pelo mercado”, disse o analista.

Mas não foi só isso: outra grande preocupação do mercado está relacionada ao futuro dos dividendos da Petrobras. Isso porque os investimentos da empresa superaram o guidance para o trimestre e aceleraram de US$ 4,4 bilhões no 3T24 para US$ 5,7 no 4T24.

Em termos simples, a preocupação se deve ao fato de que quanto maior o investimento em outros ativos, menor a fatia destinada ao pagamento de proventos aos acionistas. “O mercado estava esperando dividendos de cerca de US$ 2,5 bilhões e veio US$ 1,6 bilhão, uma diferença bem grande”, disse o analista. 

Segundo a gestão, o aumento no capex ocorreu por conta da antecipação de investimentos que deveriam ser feitos em 2025 e, portanto, não deveriam afetar a perspectiva de geração de caixa futura da companhia. 

Dividendos da Petrobras estão ameaçados?

O analista vê indícios de que as justificativas apresentadas pela companhia são procedentes e o aumento do capex não é estrutural.  

“O aumento dos investimentos foi quase integralmente direcionado à antecipação da produção no segmento de exploração e produção, com foco especial no campo de Búzios, um dos ativos mais valiosos da Petrobras. De fato, vimos FPSOs entrando em operação no pré-sal antes do previsto ao longo de 2024, e a aceleração da extração em um ativo com custos operacionais reduzidos e produtividade elevada deveria, em tese, ser um movimento positivo em termos de valor presente líquido”, afirmou. 

“Além disso, enquanto o mercado especula sobre um possível ciclo prolongado de investimentos elevados, a CEO da Petrobras [Magda Chambriard] deu um sinal na direção oposta durante a teleconferência de resultados: os investimentos devem cair já no primeiro trimestre de 2025, o que reforça a tese de antecipação de capex, e não de um aumento estrutural nos gastos da companhia”, completou o analista. 

Adicionalmente, a queda no preço das ações torna o dividend yield da Petrobras mais atrativo, já que o investidor está pagando um valor menor para receber o dividendo que pode aumentar nos próximos trimestres.

“Vemos Petrobras negociando com um dividend yield projetado de pelo menos 12%, sem considerar a possibilidade de dividendos extraordinários. Quando combinamos esse fator a um múltiplo preço/lucro de apenas 3,5 vezes e um desempenho operacional sólido, a decisão foi clara: Petrobras voltou para a carteira”.

Possível troca no pêndulo político em 2026 pode ser gatilho para a Petrobras

Além dos fatores mencionados, a possível alternância para um governo “pró-mercado” em 2026 também seria uma via para uma reprecificação nas ações da estatal, avalia o analista. 

“Para que a Petrobras passe um por re-rating favorável, nem sequer precisaríamos de uma privatização, cenário altamente improvável no curto prazo. Bastaria uma gestão minimamente mais técnica, uma política de preços menos descolada da realidade e um capex menos agressivo. Qualquer sinalização nesse sentido já teria um impacto positivo relevante sobre a precificação do papel”, disse.

Fato é que a queda recente criou uma oportunidade mesmo que esse cenário não se materialize.

“No pior cenário, seguimos recebendo um yield atrativo, e no melhor capturamos uma reprecificação positiva caso a centro-direita ganhe força e o mercado comece a precificar um ambiente de negócios mais racional para a empresa”, conclui.

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