Disputa pelo Conselho de Administração da Eletrobras deve parar na Justiça
Antiga estatal abriga uma verdadeira guerra de facções entre acionistas que buscam estabelecer o controle sobre a companhia

Num clima de tensão e disputas internas que remetem a roteiros de cinema, a cúpula da Eletrobras se reúne, nesta terça, para eleger o novo Conselho de Administração da companhia.
A gigante, antes estatal, está sem controlador desde a privatização, durante o governo de Jair Bolsonaro, e tornou-se cenário de uma dura disputas entre alas de acionistas.
O colegiado deve ter três indicados do governo Lula e sete nomes vindos dos acionistas privados, que disputam esses espaços a partir de uma guerra de versões — recomendações divergentes de votos de consultorias internacionais –, dossiês e intrigas internas.
Entre os acionistas privados, são 12 postulantes. Já o governo, depois de muitas negociações políticas em Brasília, chegou-se aos nomes de Maurício Tolmasquim, Nelson Hubner e Silas Rondeau.
A atual gestão da companhia defende a recondução de Vicente Falconi e outros nomes ligados a esse grupo. Já no campo divergente, liderado pelo bilionário Juca Abdalla, está Marcelo Gasparino e outros nomes.
O Radar cita os personagens que de fato têm atuado no entrevero. Para ampliar a tensão sobre a cúpula atual, o grupo de Abdalla tem dado sinais de que pode compor com o governo para influenciar os rumos da empresa, mudando o comando da empresa.
Seja qual for o resultado, na assembleia desta terça, um fato parece estar consolidado. Segundo um interlocutor da disputa, a composição do novo conselho da Eletrobras deve parar nos tribunais. Alegações de ilegalidades pariam de lado a lado.