‘Dia da Libertação’ nos EUA acaba com ordem mundial no comércio
A principal promessa eleitoral de Trump fica cumprida, mas a contrapartida são 70 anos de confiança nas regras comerciais globais. UE tenta negociar, mas com respostas já prontas, e, por cá, vários setores já fazem contas.


Dia da Libertação” para uns, o fim da ordem comercial mundial para todos: Trump rasgou 70 anos de comércio livre com as suas tarifas “recíprocas”, na linguagem do presidente, lançando ondas de choque por todo o mundo que demorarão a ser digeridas. Na Europa, um dos blocos visados com taxas específicas, a estratégia parece ser ‘esperar o melhor e preparar para o pior’, com von der Leyen a tentar puxar os EUA para a mesa de negociações, mas garantindo que a UE está unida, pronta para reagir e dotada das ferramentas necessárias para sobreviver a este ataque – embora algumas vozes peçam ações mais significativas no imediato.
“Promessa feita, promessa cumprida”, afirmou o presidente dos EUA após anunciar tarifas “recíprocas” a uma série de parceiros comerciais norte-americanos, que o presidente acusa de se terem “aproveitado durante décadas” da maior economia do mundo. A lógica, explicou, passa por, para “os países que nos tratam mal, vamos calcular o equivalente de todas as formas de tarifa e batota que nos impõem e, porque estamos a ser simpáticos, […] iremos cobrar apenas aproximadamente metade do que eles nos cobram”.
Para a UE, que os norte-americanos acusam de aplicar uma tarifa equivalente a 39% (para Washington, o IVA, por exemplo, é considerado um equivalente tarifário, apesar de ser cobrado internamente nos mesmos moldes), a tarifa “recíproca” será de 20% – o que, contas feitas, é substancialmente menos do que outras geografias [ver quadro ao lado]. Ainda assim, Bruxelas garante que vai à luta.
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