Depois da folia, a realidade: governo Lula não tem nem orçamento
Com a fortaleza petista renovada no Planalto, o presidente precisa agora correr atrás de votos no Parlamento

O Carnaval se foi, o trimestre caminha para o fim e o presidente Lula, que reforçou a fortaleza petista no Planalto, precisará agora correr atrás dos líderes do centrão e de outros partidos para conseguir cumprir uma tarefa do ano passado: ter um Orçamento para sua gestão.
A volta ao trabalho no Parlamento, claro, só começa na segunda. Políticos costumam trabalhar pouco nesses dias de ressaca carnavalesca, mas a realidade é dura também para o Legislativo.
Estamos em março e o Senado só teve um dia de votações neste ano. São três meses de salário na conta e quase nada realizado. A Câmara nem se arriscou a explorar a longa pauta de matérias importantes depositadas nas gavetas da Casa — ficou na farra dos bonés e cartazes.
Com o acordo firmado e homologado pelo STF sobre as emendas, o mundo político não tem mais desculpas para seguir travando o Orçamento e a agenda do país.
Relator do Orçamento, o senador Angelo Coronel disse recentemente que ainda aguardava alguém do governo se interessar em procurá-lo para uma conversa. A votação da lei orçamentária deve ocorrer em duas semanas. Coronel ainda não apresentou seu texto.