Copom deve subir juro para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas

Essa é a expectativa da maioria do mercado financeiro. Banco Central tem dito que aguarda sinais consistentes de desaceleração da economia para interromper ciclo de alta nos juros. Banco Central do Brasil (BC). Adriano Machado/ Reuters O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (7) e deve subir a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano — um aumento de 0,5 ponto percentual. Essa é a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro, a partir das indicações do próprio Banco Central. Recentemente, a instituição informou, em documentos oficiais, que subiria novamente a taxa em maio (mas com menor intensidade). Com o novo aumento, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, os juros estavam em 15,25% ao ano. Se confirmada, esta será a sexta elevação seguida na taxa Selic, que serve de referência para taxas de juros cobradas no Brasil. O anúncio da nova taxa de juros acontecerá após as 18h. Desaceleração econômica O Banco Central tem dito que busca uma desaceleração (ritmo menor de crescimento) para a economia como forma de tentar conter as pressões inflacionárias, e atingir as metas de inflação. No relatório de política monetária, divulgado em março, a instituição informou que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou no fim do mês passado que os sinais de desaceleração da economia ainda são muito iniciais e que é necessário manter vigilância sobre o comportamento dos preços. Galípolo reforça necessidade de alta dos juros na próxima reunião Entre os motivos para a inflação alta, o BC tem listado: a resiliência do nível de atividade; o mercado de trabalho aquecido; a alta de gastos públicos. Apesar da economia doméstica aquecida, contribui para a desaceleração o contexto da economia internacional, marcado pelo tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump — que freia o ritmo global de expansão (com tendência de impactar também o Brasil). Entenda como age o BC

Mai 7, 2025 - 05:32
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Copom deve subir juro para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas

Essa é a expectativa da maioria do mercado financeiro. Banco Central tem dito que aguarda sinais consistentes de desaceleração da economia para interromper ciclo de alta nos juros. Banco Central do Brasil (BC). Adriano Machado/ Reuters O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (7) e deve subir a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano — um aumento de 0,5 ponto percentual. Essa é a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro, a partir das indicações do próprio Banco Central. Recentemente, a instituição informou, em documentos oficiais, que subiria novamente a taxa em maio (mas com menor intensidade). Com o novo aumento, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, os juros estavam em 15,25% ao ano. Se confirmada, esta será a sexta elevação seguida na taxa Selic, que serve de referência para taxas de juros cobradas no Brasil. O anúncio da nova taxa de juros acontecerá após as 18h. Desaceleração econômica O Banco Central tem dito que busca uma desaceleração (ritmo menor de crescimento) para a economia como forma de tentar conter as pressões inflacionárias, e atingir as metas de inflação. No relatório de política monetária, divulgado em março, a instituição informou que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou no fim do mês passado que os sinais de desaceleração da economia ainda são muito iniciais e que é necessário manter vigilância sobre o comportamento dos preços. Galípolo reforça necessidade de alta dos juros na próxima reunião Entre os motivos para a inflação alta, o BC tem listado: a resiliência do nível de atividade; o mercado de trabalho aquecido; a alta de gastos públicos. Apesar da economia doméstica aquecida, contribui para a desaceleração o contexto da economia internacional, marcado pelo tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump — que freia o ritmo global de expansão (com tendência de impactar também o Brasil). Entenda como age o BC