Conversas nucleares entre EUA e Irã reabrem feridas de décadas

Teerã exige fim das sanções e garantias dos EUA para retomar acordo nuclear; Washington quer fim do enriquecimento e limites ao programa atômico Irã e Estados Unidos realizaram uma nova rodada de negociações nucleares em Roma neste sábado (19), em mais uma tentativa de resolver o impasse de décadas sobre o programa atômico iraniano. O […] O post Conversas nucleares entre EUA e Irã reabrem feridas de décadas apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 20, 2025 - 10:31
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Conversas nucleares entre EUA e Irã reabrem feridas de décadas

Teerã exige fim das sanções e garantias dos EUA para retomar acordo nuclear; Washington quer fim do enriquecimento e limites ao programa atômico


Irã e Estados Unidos realizaram uma nova rodada de negociações nucleares em Roma neste sábado (19), em mais uma tentativa de resolver o impasse de décadas sobre o programa atômico iraniano. O diálogo ocorre sob a ameaça do presidente americano Donald Trump de recorrer à força militar caso a diplomacia fracasse.

O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, e o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, conduzirão as conversas de forma indireta, com mediação de Omã. O encontro acontece uma semana após a primeira rodada em Mascate, descrita por ambos os lados como produtiva.

Araqchi já está em Roma para participar desta segunda fase, conforme postagem em seu canal no Telegram. Em declarações feitas em Moscou na sexta-feira, o ministro afirmou que o Irã acredita num acordo possível sobre seu programa nuclear, desde que os EUA adotem “postura realista”.

Teerã, no entanto, tenta conter expectativas sobre um desfecho rápido, após rumores de que as sanções poderiam ser suspensas em breve. O Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta semana estar “nem otimista nem pessimista” quanto ao processo.

Do lado americano, Trump afirmou a jornalistas na sexta-feira: “Eu sou a favor de impedir o Irã, muito simplesmente, de ter uma arma nuclear. Eles não podem ter uma arma nuclear. Eu quero que o Irã seja grande, próspero e fantástico.”

O presidente americano, que retirou os EUA do acordo nuclear de 2015 e reinstaurou pesadas sanções contra o Irã, retomou sua política de “pressão máxima” sobre Teerã desde que reassumiu a Casa Branca em janeiro.

Washington exige que o Irã interrompa a produção de urânio altamente enriquecido, suspeito de ser usado para fins militares.

O governo iraniano, que sempre defendeu o caráter pacífico de seu programa nuclear, diz estar aberto a discutir limitações em troca do fim das sanções. Porém, exige garantias de que os EUA não abandonarão novamente o acordo, como ocorreu em 2018.

Desde 2019, o Irã vem violando os termos do acordo de 2015, acumulando estoques de urânio enriquecido em níveis muito acima do considerado aceitável para fins civis.

Um oficial iraniano, sob anonimato, listou as “linhas vermelhas” do país: não desmontar centrífugas, não paralisar totalmente o enriquecimento e não reduzir estoques abaixo dos níveis de 2015. O Irã também se recusa a negociar sobre seu programa de mísseis.

Apesar do discurso diplomático, as diferenças entre as partes permanecem profundas nesta disputa que já dura mais de 20 anos.

Witkoff e Araqchi tiveram um breve contato no fim da primeira rodada, mas não há negociações diretas desde 2015. Desta vez, as conversas seguirão sendo mediadas por Omã.

A Rússia, signatária do acordo de 2015, ofereceu-se para “auxiliar, mediar e desempenhar qualquer papel” que facilite o entendimento entre Irã e EUA.

Com informações de Agências de Notícias*

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