Conheça um lar inspirado pela sobriedade do preto e branco

Especialista em carreira e liderança, Jessica Sandin busca motivação para novos projetos inspiradores em seu lar em São Paulo

Abr 16, 2025 - 22:08
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Conheça um lar inspirado pela sobriedade do preto e branco

Jessica Sandin sempre teve metas muito claras para a sua vida. Mais do que conhecer bem aquilo que gosta, ela tem certeza daquilo que não quer. Foi assim durante toda a sua carreira profissional e também na hora de construir seu lar

O apartamento de 187 m² foi a realização de um sonho antigo seu e do marido, Douglas Ferreira, ambos nascidos na capital paulista. Quando finalmente enxergaram a possibilidade de realizá-lo, cada cantinho já estava desenhado na imaginação do casal.

Casa Jessica Sandin Revista CLAUDIA
O design orgânico, com móveis de acabamentos ondulados e linhas curvas, trazem frescor ao décor em preto e brancoMayra Azzi/CLAUDIA

A missão de transformar esses planos em realidade foi entregue à Ana Rozenblit, arquiteta do escritório do Spaço Interior. Contudo, para moradores de muita personalidade, o pedido não poderia ser convencional: Jessica e Douglas desejavam um apartamento em preto e branco, com quase nenhuma cor nos detalhes — a não ser o verde das plantas.

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Detalhes da decoração da suíte em mármoreMayra Azzi/CLAUDIA

“Queríamos algo moderno, jovem, mas com toque de refinamento. Porém, nada de boiserie ou itens clássicos, que não têm muito a ver com a gente. E eu sempre busco o significado das coisas. É legal quando você consegue algo bonito, diferente, mas que tem uma conexão com o que você acredita”, conta Jessica sobre seu lar, que apresenta diferentes obras de artistas negros e nordestinos, representando as raízes do casal.

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A xilogravura “Feira Livre do Nordeste”, de J. Borges, foi colocada na sala e é uma das favoritas do casalMayra Azzi/CLAUDIA
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Apesar de soarem como cores neutras, a junção de preto, branco e cinza trouxe intensidade, que precisou ser equilibrada por meio das texturas: os materiais dos pisos, paredes e painéis, além dos tecidos dos estofados, garantem um toque leve. E mais, o design orgânico, com móveis de acabamentos ondulados e linhas curvas, deram frescor.

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Foi a partir de muita dedicação que Jessica Sandin conquistou seu lar tão desejado. Especialista em carreira e liderança, é no seu habitat que busca motivação para novos projetos inspiradoresMayra Azzi/CLAUDIA

“Aqui é um refúgio, nosso espaço seguro, de baixar a guarda” Jessica Sandin

Para representar força, revestimentos em pedra se fazem presentes em todos os cômodos: da mesa de quartzo preto com veios brancos no estar, feita sob medida, até a banheira de imersão na suíte. Como amam receber os amigos em casa, outro desejo do casal foi o de integrar os espaços. Assim, a divisão da varanda sumiu, e se transformou em uma ampliação do estar. Agora, é com vista para a cidade que Jessica trabalha em home office.

“Não gosto de ficar fechada numa sala, diferentemente do Douglas. Gosto de trabalhar neste espaço aberto e, à tarde, bate muito sol. Abro todas as janelas e cortinas, é uma delícia, porque parece que não estou em casa.”

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O casal não abre mão de tomar um café da manhã com mesa posta. “Ela gosta de dizer que é a dona Helena preta”, brinca Douglas com a esposa, em referência às novelas de Manoel CarlosMayra Azzi/CLAUDIA

Douglas, que ama preparar receitas, ganhou uma cozinha unida à sala, e assim as refeições ficam mais divertidas no dia a dia, principalmente quando recebem visitas.

ESPAÇO DE EQUILÍBRIO

Morando no espaço desde novembro de 2023, quando o projeto foi concluído, Jessica e Douglas viram a oportunidade de firmar-se e, finalmente, aproveitar o lar como espaço de refúgio. Juntos há quase 15 anos, os dois dedicaram os últimos deles a uma rotina intensa de trabalho. Agora, o desejo de usufruir dos momentos de calmaria se faz mais presente. 

Formada em Relações Internacionais, Jessica é especialista em carreira e liderança e atuou como executiva de recursos humanos em empresas como Netflix, Mastercard e Nubank. Inclusive, foi por trabalhar com mentoria, direcionando carreiras, que escolheu inserir um único e significativo quadro (abaixo) em frente à sua visão no espaço de trabalho, no cantinho da sala.

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O quadro “Tropicana”, no home office de Jessica, é obra do artista e fotógrafo Luiz MoreiraMayra Azzi/CLAUDIA
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“É a representação de Òrúnmìlà, entidade dos mistérios da sabedoria. Sabe aquilo que te faz forte, mas quando você se estressa é sua fraqueza? Meu trabalho é meu calcanhar de Aquiles”, confessa.

“Amo trabalhar, porque ganho dinheiro ajudando as pessoas, e isso é maravilhoso! Se não trabalhasse tanto, não teria este apartamento, não viajaria tanto, não teria tantas referências e acesso ao conhecimento, não poderia cuidar da minha família como cuido. Mas é uma relação complicada”, relata Jessica, que este ano decidiu dedicar seu tempo para atividades extras, como estudar História da Arte.

“Ter este totem me lembra de fazer tudo com mais equilíbrio. Como trabalho aconselhando pessoas, que é uma grande responsabilidade, ter essa inspiração de sabedoria é essencial. Levo minha função muito a sério, porque um conselho errado pode atrapalhar a vida de alguém. Trato a todos com decência e humanidade. Disso não abro mão, e acho que é por isso que o mundo corporativo hoje está tão difícil.” Ela, inclusive, já teve um projeto onde orientava meninas estudantes de escolas públicas.

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No lavabo, a obra de Luiz Moreira escolhida pela arquiteta traz a representação de OxumMayra Azzi/CLAUDIA

Mas não só de trabalho se constrói a rotina da casa. Das viagens para Angola, África do Sul, Canadá, Itália e México vêm algumas memórias espalhadas pela casa.

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“Acabei de voltar da África com um grupo de 20 mulheres negras, viajamos por Luanda, Cidade do Cabo e Joanesburgo, foi um programa de liderança internacional. Fizemos networking com outras empresas, tivemos aula com professores da African Leadership Academy, foi muito legal”, detalha.

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Entre os poucos objetos decorativos, estão as girafas trazidas por Jessica de suas viagens aos países da ÁfricaMayra Azzi/CLAUDIA

“Gostamos de lembrar e viver um pouco das nossas viagens através da nossa casa. Nossa principal refeição é o café da manhã, e sempre utilizamos nossas louças que nos trazem memórias desses lugares”, declara Douglas, que atua com gestão de crise no mercado financeiro.

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O café da manhã é a refeição favorita do casal, que capricha na mesa postaMayra Azzi/CLAUDIA

Entre as poucas exceções da decoração de paleta neutra está um leque estampado com rosas vermelhas, posicionado na estante da sala. “O leque era da minha mãe, que faleceu há alguns anos”, explica Jessica sobre o objeto que foi emoldurado — uma surpresa realizada pela arquiteta.

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O leque, que era da mãe de Jessica, traz memórias da família e o único toque de cor do espaçoMayra Azzi/CLAUDIA

“Ela tinha acabado de fazer 50 anos, ficou doente e, em dois meses, faleceu. Ela era minha melhor amiga, foi muito difícil. Ao mesmo tempo, hoje vejo muita coisa dela em mim, e prezei por ela estar aqui em casa fisicamente através desse leque. Minha mãe sempre foi muito vaidosa, fazia questão de ter uma mesa posta — a gente podia ter 10 reais ou 10 mil, não importava. Essa valorização das coisas bonitas, bem feitas, vem dela.” 

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Os detalhes da louça do casal, com peças trazidas de viagens pelo mundoMayra Azzi/CLAUDIA

Por fim, os meses de trabalho que Ana Rozenblit, arquiteta do projeto, passou no habitat de Jessica e Douglas, acabaram resultando numa amizade para a vida toda. E, de fora, a profissional consegue avaliar bem a sintonia dos moradores: “Os dois se complementam. A Jessica com esse olhar dela mais amplo, e o Douglas que é muito atento aos detalhes, às simetrias. É lindo ver essa conexão”, avalia a profissional.

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O preto e branco segue presente no dormitório do casalMayra Azzi/CLAUDIA

O desfecho não poderia ser outro, a não ser um lar que traduzisse essa concordância de visões de mundo em cada escolha.

“Todo mundo que bate o olho na casa, fala: ‘Nossa, esta casa é muito de vocês, é definitivamente da Jessica e do Douglas’. Aqui é um refúgio, nosso espaço seguro, de baixar a guarda”, finaliza a moradora, com uma risada daquelas gostosas de ouvir.

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