Conheça o idoso brasileiro que há 44 anos salva aves em extinção
Aos 77 anos, Roberto Azevedo é do tipo incansável defensor da natureza e dos animais. O idoso brasileiro salva aves com risco de extinção na região de Contagem, em Minas Gerais. Ele perdeu as contas de quantos mutuns, jacutingas e a mítica harpia, a maior águia das Américas, foram criados na reserva. Seu Roberto vive […]


Aos 77 anos, Roberto Azevedo é do tipo incansável defensor da natureza e dos animais. O idoso brasileiro salva aves com risco de extinção na região de Contagem, em Minas Gerais. Ele perdeu as contas de quantos mutuns, jacutingas e a mítica harpia, a maior águia das Américas, foram criados na reserva.
Seu Roberto vive num pedacinho de floresta que transformou em paraíso. Lá, ele capaz de entender os sons e assobios dos pássaros. É cercado por viveiros, desde que criou o Crax, um centro de conservação científica de aves brasileiras ameaçadas de extinção.
Assim, há quase 40 anos, ele transformou uma mata da Cenibra em santuário genético, laboratório vivo, abrigo contra o extermínio. “Eu já perdi a conta de quantas solturas de aves consegui fazer, mas a devastação dos biomas é um problema na reintrodução dos animais. A gente precisa devolver as matas e florestas a eles”, disse.
Sabedoria aprendida com as aves
Questionado sobre o porquê de tanta dedicação, sem praticamente apoio algum, Seu Roberto pensa e responde com a sabedoria da idade e do aprendizado com as aves.
“As aves são os animais que mais cuidam dos filhotes. Antes de nascer elas se demoram no preparo do ninho”, descreve o idoso.
Em seguida, Seu Roberto segue: “Daí, vem o tempo de chocar e, quando nascem, levam comida na boca das crias por semanas. E depois de todo cuidado, na hora certa, ainda conseguem empurrar os filhotes do ninho para ensinar como voar, elas são incríveis”.
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Garantia de um mundo melhor
Seu Roberto consegue, por meio do Crax, manter mais de 50 espécies de grandes aves brasileiras. Elas vivem na pequena mata onde mora e há 400 viveiros.
Com técnica, habilidade e muita paciência, o idoso conseguiu a reprodução em cativeiro de forma natural, algo bastante raro.
Seu Roberto é um guerreiro, segundo os ambientalistas, porque faz todo o trabalho praticamente sozinho, sem ajuda financeira nem patrocínio.
Apoio de ambientalistas e pesquisadores
O que favorece Seu Roberto é que ele conta com apoio de ambientalistas e pesquisadores do Brasil e do mundo. São interessados em linhagens genéticas, simulações de habitats e técnicas de reprodução em cativeiro.
De acordo com a ONG Projeto Preserva, Seu Roberto é uma espécie de lenda viva na área da conservação.
“Lenda discreta, como os bichos que protege. É consultado por biólogos, procurado por documentaristas, admirado por quem entende de conservação animal”, define a ONG. Esses são harpias, o chamado gavião real, ameaçadas de extinção, mas preservadas por Roberto Azevedo. Foto: Projeto Reserva