Como a PF descobriu o papel de servidores do INSS na fraude dos descontos
Polícia Federal afirma que um diretor substituto e um chefe de divisão do instituto agiram como ‘prepostos’ das associações acusadas no esquema

Na investigação do escândalo bilionário de descontos fraudulentos nas pensões e aposentadorias de segurados do INSS, a Polícia Federal constatou que dois servidores do instituto “agiram como prepostos” de associações suspeitas, levantando indícios da “remessa ilegítima e em lote de informações” que alimentaram o esquema.
Agentes da PF descobriram que o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento e diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão substituto do INSS, Geovani Batista Spiecker, e o chefe de divisão da Coordenação de Pagamentos e Gestão de Benefícios Reinaldo Carlos de Almeida extrapolaram suas funções e enviaram à Dataprev dados de segurados que deveriam sofrer descontos de entidades.
Spiecker e Almeida fizeram isso, de acordo com a representação da PF à 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, “a despeito de não serem usuários habilitados pelas associações para disponibilização dessas informações”.
“GEOVANI e REINALDO, servidores do INSS e utilizando-se dessa prerrogativa, agiram como prepostos das associações, atuando em substituição às pessoas devidamente habilitadas para o envio de documentação vinculada aos supostos beneficiários dos descontos associativos”, afirmam os investigadores.
A PF aponta, nos atos da dupla de servidores, “indícios da remessa ilegítima e em lote de informações de descontos associativos”.
Na última sexta-feira, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, dispensou Spiecker das funções de coordenador-geral de Suporte ao Atendimento e diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão substituto do INSS.