Claure quer ser o Musk da política boliviana

O bilionário boliviano Marcelo Claure, mais conhecido no Brasil pela sua atuação no mega fundo de investimento Softbank, quer virar o Elon Musk da Bolívia, se envolvendo diretamente nas próximas eleições no país. Em uma extensa matéria ...

Mai 7, 2025 - 14:46
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Claure quer ser o Musk da política boliviana

O bilionário boliviano Marcelo Claure, mais conhecido no Brasil pela sua atuação no mega fundo de investimento Softbank, quer virar o Elon Musk da Bolívia, se envolvendo diretamente nas próximas eleições no país.

Em uma extensa matéria na Bloomberg, Claure deixa claro seus planos de botar a mão no bolso para instalar um presidente pró-mercado nas eleições deste ano.

“Vou usar tudo o que tenho: tecnologia, recursos financeiros, minha voz”, disse Claure em uma rara entrevista à Bloomberg News em Nova York.

De acordo com Claure, a eleição de mais um presidente de esquerda colocaria a Bolívia “à beira de ser a próxima Venezuela”, uma referência ao colapso econômico e da emigração em massa. 

A missão de Claure pode ser mais difícil do que a do seu colega bilionário americano, no entanto. Para começar, Claure nem sabe quem efetivamente vai apoiar nas eleições, que acontecem em agosto. 

A Bloomberg lista cinco, nenhum deles muito conhecido fora da Bolívia. O grupo é variado e vai desde um ex-magnata do cimento até um médico e pastor evangélico nascido na Coreia, passando por um ex-presidente e um ex-prefeito de Cochabamba.

Uma pesquisa eleitoral de março mostrou que um candidato unificado teria chance de ganhar o MAS, do ex-presidente Evo Morales, já no primeiro turno.

Por outro lado, nenhum dos principais candidatos da oposição poderia vencer no primeiro turno se vários candidatos dividissem os votos. Em um segundo turno, analistas apontam o MAS como favorito. 

Claure estaria agindo nos bastidores para forçar uma candidatura de consenso, mas estaria disposto a bancar um candidato em específico caso isso não aconteça. 

O bilionário tem um plano para renovar a economia boliviana encomendado por ele próprio.

À Bloomberg, Claure disse que tem “interesses comerciais mínimos na Bolívia”, mas que poderia ajudar a atrair investimentos para o país, se reformas pró-mercado gerassem as condições para tanto. 

Vale lembrar aqui que a Bolívia abriga os maiores depósitos de lítio do mundo, um mineral em alta demanda no momento. 

Ele não descarta inclusive a possibilidade de desempenhar um papel em um futuro governo. 

Claure nasceu na Bolívia, mas teve uma criação internacional (o pai era geólogo das Nações Unidas e a família se mudava muito). 

O executivo entrou no radar como CEO da empresa de telecomunicações Sprint, nos Estados Unidos, posição na qual esteve envolvido nas negociações para sua fusão com a T-Mobile.

Em seguida, tornou-se um dos principais executivos da SoftBank, o grande fundo de investimentos do bilionário japonês Masayoshi Son.

Ele deixou a empresa japonesa em 2022, após um conflito sobre suas exigências de US$ 1 bilhão em salários, e agora é vice-presidente da Shein, a varejista eletrônica chinesa.

Claure também é investidor de venture capital, tendo investido centenas de milhões em startups latino-americanas.

Na Bolívia mesmo, o bilionário é conhecido por ser  roprietário de um dos times de futebol mais populares da Bolívia, o Club Bolivar.