Ciência do bocejo: por que bocejamos e o que isso revela sobre nosso cérebro
O bocejo é um ato reflexo caracterizado pela abertura ampla da boca, seguida de uma inspiração profunda e uma expiração curta. Embora muitas vezes associado ao sono ou ao tédio, esse comportamento ocorre também quando estamos alertas, sendo observado em diversas espécies animais. Sua natureza semi‑involuntária e universal leva os cientistas a investigar funções biológicas […]

O bocejo é um ato reflexo caracterizado pela abertura ampla da boca, seguida de uma inspiração profunda e uma expiração curta. Embora muitas vezes associado ao sono ou ao tédio, esse comportamento ocorre também quando estamos alertas, sendo observado em diversas espécies animais. Sua natureza semi‑involuntária e universal leva os cientistas a investigar funções biológicas fundamentais por trás desse simples gesto.
Mito da oxigenação x termorregulação cerebral
Durante décadas, acreditou‑se que o bocejo tinha como principal função aumentar a entrada de oxigênio no cérebro. No entanto, experimentos mostraram que alterar a concentração de oxigênio ou dióxido de carbono no ar não afeta a frequência de bocejos, indicando que o reflexo não serve à função respiratória. Em vez disso, a hipótese atualmente mais aceita é a de que o bocejo atua como um mecanismo termorregulador, resfriando o cérebro.
Segundo a teoria termorreguladora, o bocejo promove a troca de calor por meio da inalação de ar ambiente mais frio e do aumento do fluxo sanguíneo facial. Estudos comparativos em mamíferos e aves demonstram que a frequência de bocejos segue um “janela térmica”: ocorre com menor intensidade em temperaturas extremas, altas ou baixas, e atinge pico em faixas intermediárias.
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Em modelo experimental com ratos, sensores implantados no córtex pré‑liminar registraram aumento da temperatura cerebral imediatamente antes do bocejo, seguido de queda significativa nos três minutos após o gesto, retornando ao nível basal. Esses dados reforçam a ideia de que o bocejo ajuda a manter a homeostase térmica do cérebro.
Bocejo contagioso e empatia social
Além de sua função fisiológica, o bocejo é famoso por ser “contagioso”: observar, ouvir ou até ler sobre um bocejo pode desencadear o ato em outras pessoas. Esse fenômeno está associado à ativação de neurônios‑espelho, que permitem a imitação de comportamentos e são fundamentais para a empatia e a coesão social.