China impede avanço de acordo para venda do TikTok nos EUA após anúncio de novas tarifas
A negociação que previa a separação das operações norte-americanas do TikTok foi suspensa após sinalização do governo chinês de que não aprovaria os termos do acordo. A decisão ocorreu em meio à escalada de tensões comerciais entre Estados Unidos e China, motivada pelo anúncio de tarifas adicionais por parte do governo norte-americano. Segundo duas fontes […] O post China impede avanço de acordo para venda do TikTok nos EUA após anúncio de novas tarifas apareceu primeiro em O Cafezinho.

A negociação que previa a separação das operações norte-americanas do TikTok foi suspensa após sinalização do governo chinês de que não aprovaria os termos do acordo.
A decisão ocorreu em meio à escalada de tensões comerciais entre Estados Unidos e China, motivada pelo anúncio de tarifas adicionais por parte do governo norte-americano.
Segundo duas fontes com conhecimento direto do assunto, o plano previa a criação de uma nova empresa com sede nos Estados Unidos, que assumiria os ativos do TikTok no país.
A nova entidade seria controlada majoritariamente por investidores norte-americanos, enquanto a ByteDance, empresa chinesa que atualmente detém o TikTok, manteria uma participação minoritária inferior a 20%.
As negociações haviam avançado até a etapa final. De acordo com uma das fontes, a estrutura do acordo foi definida na quarta-feira e recebeu aprovação dos investidores atuais, de novos investidores, da ByteDance e do governo dos Estados Unidos. No entanto, a sinalização negativa do governo chinês interrompeu o processo antes da conclusão formal.
A ByteDance e a Casa Branca foram procuradas, mas não responderam aos pedidos de comentário. A Embaixada da China em Washington também não se pronunciou até o momento da publicação.
Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a prorrogação por 75 dias do prazo para que a ByteDance conclua a venda dos ativos do TikTok nos EUA para um comprador não chinês. A medida adia a entrada em vigor da proibição do aplicativo, que estava prevista para janeiro com base na legislação aprovada em 2024.
“O acordo exige mais trabalho para garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas”, afirmou Trump em publicação nas redes sociais, justificando a extensão do prazo. “Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, que eu entendo que não está muito feliz com nossas tarifas recíprocas.”
O impasse comercial entre os dois países se intensificou nesta semana. Na terça-feira, os Estados Unidos anunciaram um aumento nas tarifas de importação sobre bens chineses, elevando a alíquota para 54%. Em resposta, a China comunicou a imposição de tarifas equivalentes sobre produtos norte-americanos.
A proposta de desmembramento das operações do TikTok nos Estados Unidos surgiu como alternativa à proibição total do aplicativo em território norte-americano.
O governo dos EUA alega que a presença da ByteDance no controle do aplicativo representa riscos à segurança nacional, em razão do potencial compartilhamento de dados com o governo chinês. A China nega qualquer interferência sobre as operações da empresa.
O TikTok é utilizado por cerca de 170 milhões de pessoas nos Estados Unidos, segundo dados do governo norte-americano. A relevância do aplicativo no ambiente digital, especialmente entre o público jovem, levou a discussões sobre seus impactos políticos, sociais e comerciais.
A possibilidade de veto gerou reações de usuários, parlamentares e grupos de defesa de direitos civis, que apontam possíveis violações à liberdade de expressão.
Apesar das negociações avançadas, o envolvimento direto do governo chinês se tornou um fator determinante na suspensão do acordo. Fontes próximas à negociação indicam que o veto do governo chinês está relacionado à atual conjuntura comercial e à disputa por medidas de reciprocidade nas tarifas impostas por Washington.
Donald Trump afirmou que estaria disposto a rever as tarifas impostas à China caso um acordo sobre o TikTok seja concretizado. “Se pudermos concluir a venda de maneira adequada, com garantias de segurança para os dados dos americanos, podemos considerar ajustes nas tarifas”, declarou o presidente em outro comunicado publicado nesta sexta-feira.
As tratativas entre ByteDance e investidores norte-americanos começaram após ordens executivas assinadas por Trump em 2023, determinando a saída do controle chinês sobre aplicativos considerados sensíveis do ponto de vista da segurança nacional.
Desde então, a empresa chinesa tem buscado alternativas que atendam às exigências regulatórias dos Estados Unidos, sem comprometer seus interesses comerciais.
Com a suspensão das negociações, o futuro do TikTok nos Estados Unidos permanece indefinido. A extensão do prazo para a venda oferece margem para retomada das conversas, mas a resistência do governo chinês e a tensão comercial em curso criam obstáculos para a concretização do acordo.
A nova rodada de tarifas anunciada esta semana e a resposta imediata de Pequim indicam que o ambiente político continuará a influenciar diretamente decisões corporativas envolvendo empresas de tecnologia. O TikTok, neste contexto, tornou-se um dos principais pontos de tensão entre as duas maiores economias do mundo.
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