China bate na mesa, eleva tarifas para 125% e intensifica guerra comercial com os EUA

A disputa comercial entre China e Estados Unidos voltou a se acirrar nesta sexta-feira, 11 de abril, após o governo chinês anunciar que poderá impor tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos. A medida é uma resposta à continuidade da imposição de tarifas adicionais por parte de Washington sobre bens chineses exportados, conforme noticiado pela […] O post China bate na mesa, eleva tarifas para 125% e intensifica guerra comercial com os EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 11, 2025 - 16:11
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China bate na mesa, eleva tarifas para 125% e intensifica guerra comercial com os EUA

A disputa comercial entre China e Estados Unidos voltou a se acirrar nesta sexta-feira, 11 de abril, após o governo chinês anunciar que poderá impor tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos. A medida é uma resposta à continuidade da imposição de tarifas adicionais por parte de Washington sobre bens chineses exportados, conforme noticiado pela agência Reuters.

Em comunicado oficial, o Ministério das Finanças da China declarou que, diante das ações recentes dos Estados Unidos, o país “não irá recuar”.

O Ministério do Comércio também se posicionou, afirmando que a China “condena veementemente as ações tarifárias unilaterais e arbitrárias dos Estados Unidos” e que medidas firmes foram adotadas para “salvaguardar os direitos e interesses legítimos da China”.

O governo chinês exigiu ainda a retirada total das chamadas “tarifas recíprocas”, classificando-as como práticas equivocadas.

A escalada das tensões ocorre em meio ao segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito em janeiro de 2025.

Trump decidiu intensificar a política de tarifas comerciais, retomando sua estratégia de confrontação mesmo após ter concedido uma trégua temporária de 90 dias a outros países. A decisão afetou diretamente os mercados financeiros, ampliando temores sobre uma possível recessão global.

“Agora o risco de recessão é muito, muito maior do que há algumas semanas”, afirmou Adam Hetts, chefe global de multiativos da gestora Janus Henderson, em entrevista à Reuters. Investidores passaram a buscar ativos considerados mais seguros, como o ouro, cujos preços atingiram níveis recordes. Simultaneamente, houve uma onda de vendas de ações e títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

Os efeitos imediatos no mercado foram expressivos. O índice norte-americano S&P 500 registrou queda de 3,5% na quinta-feira, acumulando perdas de cerca de 15% desde seu pico em fevereiro. Na Ásia, os mercados seguiram a tendência negativa, com o índice Nikkei, do Japão, apresentando queda de 4%.

Apesar de suspensões pontuais nas tarifas, analistas indicam que a perspectiva para a economia global continua incerta.

De acordo com um estudo do Budget Lab da Universidade de Yale, os consumidores norte-americanos enfrentarão uma tarifa efetiva média de 25,3%, a maior desde 1909. Mesmo que haja substituição de produtos chineses por outros de diferentes origens, a tarifa média projetada é de 18,1%, nível comparável ao período da Grande Depressão.

“Está claro que a economia dos EUA não enfrentava um choque dessa magnitude desde os anos 1920 e 1930”, avaliou Tiffany Wilding, economista da gestora de ativos PIMCO.

A atual política tarifária adotada pelos Estados Unidos também tem atingido terceiros países. Um exemplo é o Vietnã, cuja balança comercial com os Estados Unidos é significativamente superavitária. O país foi alvo de uma tarifa de 46% sob a alegação de que empresas chinesas estariam utilizando o território vietnamita para driblar as sanções, exportando com o rótulo “Made in Vietnam”.

Embora essa tarifa tenha sido suspensa temporariamente, o governo vietnamita tenta agora negociar reduções, propondo um intervalo entre 22% e 28%.

Documentos obtidos pela Reuters indicam que o país asiático pretende reforçar o controle sobre produtos sensíveis exportados à China e ampliar a fiscalização sobre rotas usadas para a reexportação de mercadorias chinesas.

Nos Estados Unidos, o governo tenta manter canais abertos de negociação com outras nações. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, mais de 75 países demonstraram interesse em iniciar tratativas comerciais com Washington.

O presidente Trump também afirmou acreditar na possibilidade de um acordo com a China, apesar da instabilidade persistente nos mercados.

A continuidade da guerra comercial e o endurecimento das tarifas têm levantado preocupações sobre a fragmentação das cadeias globais de suprimento. Especialistas apontam que o aumento dos custos para empresas e consumidores pode desencadear um ciclo prolongado de desaceleração econômica.

Com a intensificação das medidas protecionistas, cresce o risco de que a disputa entre Estados Unidos e China afete de forma estrutural o comércio internacional.

A situação segue em evolução, e governos, investidores e setores produtivos acompanham com cautela os desdobramentos de um conflito que já impacta mercados financeiros, fluxos comerciais e estratégias industriais em escala global.

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